
A impopularidade de Milei, que já vinha crescendo com o insucesso de sua política econômica, se expandiu ao ter seu governo colhido pelo escândalo de corrupção envolvendo sua irmã
O governador de Buenos Aires saudou o papel de Cristina Kirchner e de Sérgio Massa para conquistar a “vitória esmagadora” por mais de 13,5% de votos nas eleições legislativas deste domingo. “Vencemos unindo forças, e continuaremos unindo forças dentro do peronismo e fora dele com as demais províncias da Argentina diante da desintegração imposta pelo governo nacional”, afirmou o governador da província (Estado) de Buenos Aires, Axel Kicillof, diante da vitória nas eleições legislativas deste domingo (7) por mais de 13,5% ou um milhão de votos.
“Obrigado a todos aqueles que ouviram o que o nosso povo nos pedia. A todos aqueles que nos permitiram forjar uma chapa única, a de Força Pátria, que hoje resultou numa vitória esmagadora em toda a província. Obrigado a Sérgio Massa e a Cristina Kirchner, injustamente condenada, que deveria estar neste palco”, acrescentou.
Saudando o imprescindível empenho de Cristina e de Massa, Kicillof resgatou a importância de ampliar o leque de apoios com diferentes concepções nas demais províncias, dentro de um compromisso maior com a libertação da Argentina, somando apoios em partidos opositores.
“Nesta fase tão complexa, é praticamente a primeira vez que há um governo nacional com esta orientação e com esta natureza extravagante e bizarra, mas, ao mesmo tempo, a província é governada de uma perspectiva tão diferente do que está acontecendo na nação”, apontou Kicillof. E resgatou: “Dissemos que o governo que lideramos funcionaria como um escudo e como uma rede para defender e proteger nosso povo na medida do possível”.
“É PRECISO AMPLIAR PARA ALÉM DA FORÇA PÁTRIA”
A compreensão comum é de que “a Força Pátria por si só não basta; precisamos clamar por mais oportunidades”, enfatizaram vários líderes. Afinal, ressaltaram, foi esta a concepção que resgata os ensinamentos de Juan Domingo Perón que conseguiu obter 47,28% dos votos contra 33,71% de Milei. “Uma vitória sólida não pertence a uma pessoa ou a um setor: ela pertence a todos. Ela vem da unidade, porque sem unidade seria impossível vencer”, reiteraram.
“Agora vamos buscar um ponto em comum, temos que definir um projeto para a educação, para a segurança, para todas as questões e, a partir daí, pensar em quem melhor nos representa”, acrescentaram expressivas lideranças próximas ao mandatário, frisando a necessidade de construir “consensos” e “acordos” para pôr um prego no caixão do neoliberalismo.
Após o resultado, disse Kicillof, vários governadores “o chamaram e felicitaram pelo triunfo obtido”. A comemoração cruzou fronteiras, alcançando os presidentes Lula, no Brasil; Yamandú Orsi, no Uruguai; e lideranças do governo chileno, apontando para o fortalecimento da integração latino-americana.