“Sanções acarretam perdas bilionárias a cidadãos e empresas europeias”, diz o vice-ministro do Exterior da Rússia”, Yevgeny Ivanov
“A política da UE em relação à Rússia mostra um déficit agudo de sensatez e raciocínio”, afirmou o vice-ministro de Relações Exteriores da Rússia, Yevgeny Ivanov, em entrevista à Agência Sputnik, alegando que Bruxelas “persegue o objetivo político de demonstrar a todo custo sua solidariedade com o regime de Kiev, pressionando cada vez mais a Rússia com sanções ilegítimas”.
O diplomata ressaltou que a falta de senso comum que prevalece na UE, demonstrada pela adesão às sanções contra a Rússia impostas por Washington já custou ao bloco bilhões de euros.
“Ao fazê-lo, a UE aceita ignorar as perdas bilionárias que as empresas e os cidadãos dos Estados membros sofrem como resultado de suas ações míopes”, assinalou Ivanov.
Os países que, sob tutela dos Estados Unidos, condenaram a operação militar que a Rússia realiza desde 24 de fevereiro na Ucrânia ativaram mais de 7.780 sanções individuais e setoriais com o objetivo de aumentar o custo do conflito para Moscou. Mas a consequência é o retorno do prejuízo que pretendem causar à Rússia.
As restrições incluem a desconexão parcial da Rússia do sistema Sociedade para Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais (SWIFT), o congelamento de suas reservas internacionais, o embargo à importação de alguns agentes de energia, bem como o fechamento de espaço aéreo, portos e estradas para transportadoras russas.
Em 30 de maio, o Conselho Europeu acertou que seu novo e já sexto pacote de sanções contra a Rússia incluirá petróleo bruto e derivados exportados para estados membros, com uma exceção temporária para petróleo bruto entregue por oleoduto.
O presidente do Conselho, Charles Michel, estimou que as novas sanções afetarão imediatamente 75% do petróleo que a UE importa da Rússia, e 90% desse volume até o final de 2022.
As ações da UE podem levar a um aumento ainda maior nos custos de combustível e ao desenvolvimento de esquemas de fornecimento, já que é improvável que a Europa encontre uma alternativa equivalente às matérias-primas russas no futuro próximo, disseram analistas.
Segundo especialistas, as sanções anti-russas já levaram a uma maior escassez de energia no mercado mundial, o que fez com que os preços subissem.
EXPORTAÇÕES DE PETRÓLEO RUSSO CRESCEM MESMO EM MEIO A SANÇÕES
Apesar de todas as sanções aplicadas a Moscou, as exportações marítimas de petróleo russoaumentam. De acordo com o jornal Valor Econômico de segunda-feira (30), em meio às sanções, os embarques gerais de petróleo entre o dia 20 até 27 de maio têm crescido.
Um total de 34 petroleiros carregou 25 milhões de barrisdos terminais de exportação do país, segundo dados de rastreamento de navios e relatórios de agentes portuários. Isso colocou os fluxos médios em 3,58 milhões de barris por dia, um aumento de 4% em relação aos 3,44 milhões na semana encerrada em 20 de maio, informa a reportagem.
O fato de a Europa evitar os suprimentos da Rússia leva os barris a percorrerem patamares crescentes.