
Dia da Criança Palestina foi marcado por denúncias das agências humanitárias contra o massacre intencional de crianças em Gaza pelos fascistas israelenses através de bombardeios que deixam milhares de de menores mutilados e órfãos
A Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (Unrwa) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) fizeram do sábado (5), Dia da Criança Palestina, uma data de reflexão e denúncia contra o genocídia israelense, que já matou mais de 15 mil crianças. Somente bebês com menos de um ano, apontou o Ministério da Saúde de Gaza, 1.150 perderam a vida.
O chefe da Unrwa, Philippe Lazzarini, afirmou que “nada justifica o assassinato de crianças” e lamentou que vidas jovens estejam sendo interrompidas desde 7 de outubro de 2023 em uma guerra que não causaram. Após um ano e meio de agressão sionista, mais de 34.000 crianças ficaram feridas, cerca de 4.000 mutiladas – e estão sem assistência médica, devido ao bombardeio de hospitais e assassinatos de médicos e socorristas – e quase um milhão de menores foram deslocados à força e sob bombas.
Conforme os dados divulgados, 40% da população do enclave palestino tem menos de 15 anos, dos quais 11.200 se encontram desaparecidos. As bombas e mísseis israelenses deixaram 39.000 crianças órfãs, 17.000 das quais perderam ambos os pais, no que se configura como “a maior crise de órfãos da história moderna”.
De acordo com o diretor regional da Unicef para o Oriente Médio e Norte da África, Edouard Beigbeder, o bloqueio da ajuda humanitária imposta por Benjamin Netanyahu está tendo consequências terríveis para a infância de Gaza. “A maior parte dessa ajuda salva vidas está armazenada, é salva vidas portanto deve ser permitida imediatamente. Isso não é uma escolha ou caridade, é uma obrigação sob o direito internacional”, enfatizou Edouard, frisando que nenhuma ajuda foi permitida desde 2 de março de 2025, o que representa o período mais longo de bloqueio desde o início da tentativa de evacuação do território.
Tal prática, advertiu o diretor do Unicef, tem levado à escassez de alimentos, água potável, abrigo e suprimentos médicos, itens essenciais à sobrevivência, multiplicando a desnutrição, doenças e mortes infantis evitáveis.
Alimentos complementares para bebês – cruciais para o crescimento quando os estoques de alimentos estão baixos – acabaram no centro e no sul de Gaza. Só há fórmula infantil pronta para uso (RUIF) suficiente para 400 crianças por um mês. O Unicef estima que quase 10.000 bebês menores de seis meses necessitam urgentemente de alimentação suplementar, fazendo com que as famílias misturem alimentos com lixo elevando o risco de doenças entre os da primeira infância.
As autoridades de Gaza acusou o regime de Netanyahu de fazer das crianças o principal alvo. de sus ataques. “Estamos diante de uma realidade amarga, na qual famílias inteiras estão sendo aniquiladas, infâncias enterradas sob os escombros de casas, e uma nova história sombria está sendo escrita na forma de crimes que não serão esquecidos com o passar do tempo”, conclui o comunicado.