Mais de mil crianças palestinas ficaram feridas – e dezenas foram mortas na Faixa de Gaza – devido à intensidade dos ataques israelenses ocorridos contra manifestações pacíficas a partir de 30 de março, quando iniciou a “Marcha do Grande Retorno”, lembrando o êxodo massivo das terras ancestrais.
Conforme o levantamento do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), “muitos dos ferimentos das crianças são graves e podem mudar as suas vidas para sempre. Alguns resultaram em amputações”.
“A intensificação da violência e o já deficiente sistema de saúde na Faixa de Gaza, que está desmoronando devido aos severos cortes de energia e a escassez de combustível, medicamentos e equipamentos”, alerta a Unicef, “piorou a já difícil situação das crianças, cujas vidas são terrivelmente complicadas há anos”. “As instalações médicas estão entrando em colapso devido à pressão das vítimas adicionais”, frisa o fundo da ONU, que mesmo distribuindo medicamentos, seringas e soro fisiológico, nada pode fazer contra os constantes apagões elétricos que, durando até 20 horas, inviabilizam o atendimento.
O coordenador humanitário da ONU, Jamie McGoldrick, visitou alguns hospitais em Gaza e pôde constatar que chegavam muitas mulheres e meninas, colocando o sistema em pane frente à afluência de tantos lesionados.
Conforme o coordenador especial para o processo de paz no Oriente Médio, Nickolay Mladenov, Israel tem utilizado de uma “violência desproporcional”. Quem vive em Gaza, alertou, padece de uma pobreza abjeta em condições similares a de um encarceramento. “Necessitamos escutar os palestinos, eles conhecem na própria carne os conflitos devastadores, com a vida marcada pela angústia da perda de seu território”, sublinhou.