Universidade de Tóquio admite que manipulou notas para reduzir ingresso de mulheres

Tetsuo Yukioka, diretor da Universidade e o vice-presidente Keysuke Miyazawa pediram desculpas: “Traímos a confiança do público", disse Yukioka. (Reuters)

A Universidade de Medicina de Tóquio, uma das mais prestigiadas instituições de ensino do Japão, manipulou as notas e pontuações das candidatas ao curso de medicina para reduzir o número de ingressos de mulheres nos cursos que oferece.

Tetsuo Yukioka, diretor da universidade e Keysuke Miyazawa, vice-presidente da instituição teve que pedir desculpas publicamente depois que o escândalo se espalhou pelo país através do diário japonês de maior circulação no país o Yomiuri Shimbun. “Traímos a confiança do público. Queremos sinceramente nos desculpar por isto”, disse Yukioka.

Além da flagrante discriminação contra as mulheres é também caso de corrupção e venda de diplomas através do favorecimento a quem doa dinheiro à universidade.

Uma investigação interna na universidade apontou que o caso de distorção das notas das mulheres vinha acontecendo desde 2006 e que também se havia rebaixado a classificação dos candidatos homens que se apresentaram ao exame em pelo menos quatro oportunidades. E se descobriu ainda que a universidade somou pontos e aumentou as notas de estudantes que haviam feito doações financeiras.

Uma reportagem que não identificou a fonte assegurou que os funcionários universidade fizeram um “acordo silencioso” sobre a limitação do número de mulheres nos cursos de medicina. As fontes do jornal denunciaram que a direção da universidade considerava que reduzir o número de mulheres médicas era importante pois tinham a “preocupação de que as graduadas não fossem exercer a profissão em seus empregos. Muitas estudantes se graduam e terminam por não praticar a medicina para dar a luz e criar os filhos”, declarou um funcionário ao Yomiuri Shimbun.

Até 2010 a participação feminina no curso de medicina da Universidade de Tóquio era de 40%, segundo afirma o Yomiuri Shimbun, e que depois dos “novos métodos” no processo de seleção, este ano foram aceitas como aprovadas 30 mulheres e 141 homens.

A direção da universidade afirmou em uma conferência de imprensa nesta semana que o processo de seleção deste ano para os estudantes que cursarão medicina no ano que vem será realizado de forma justa.

ROSANITA CAMPOS

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