
Liderança destacada dos protestos contra o genocídio dos palestinos por Israel no campus universitário de Columbia, Mahmoud Khalil, preso na Luisiana, teve negado o pedido de estar presente quando do nascimento do primeiro filho
Autoridades do Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE) negaram o pedido do palestino Mahmoud Khalil, expoente do movimento de solidariedade a Gaza, para que fosse libertado temporariamente para comparecer ao nascimento de seu primeiro filho, na segunda-feira (21), em Nova Iorque.
Residente permanente legal nos EUA e estudante de pós-graduação que atuou como porta-voz de ativistas do campus da Universidade de Columbia, Khalil foi encarcerado em um centro de detenção em Jena, Louisiana, onde permanece preso há seis semanas. Como sua esposa, doutora Noor Abdalla, cidadã estadunidense, entrou em trabalho de parto oito dias antes do esperado, ele solicitou da Justiça urgência na sua liberação provisória.
Seus advogados afirmaram que Khalil estaria “aberto a qualquer combinação de condições” para permitir o acompanhamento do filho, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e o comparecimento regular às consultas com as autoridades de imigração.
Com as cartas marcadas pelo ICE, a resposta veio em meia hora. Conforme a diretora do Escritório de Campo de Nova Orleans do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA, , Mellissa B. Harper, “após análise das informações enviadas e revisão do caso do seu cliente, seu pedido de licença foi negado”.
“O ICE E O GOVERNO TRUMP ROUBARAM MOMENTOS PRECIOSOS DA NOSSA FAMÍLIA”
Diante da situação, Noor Abdalla informou que necessitou dar à luz um menino sem o marido ao lado, o que qualificou de “uma decisão proposital do ICE para fazer com que eu, Mahmoud e nosso filho soframos”.
“Meu filho e eu não deveríamos estar passando seus primeiros dias na Terra sem Mahmoud. O ICE e o governo Trump roubaram esses momentos preciosos da nossa família na tentativa de silenciar o apoio de Mahmoud à liberdade palestina”, condenou.
O estudante de pós-gradução foi detido por agentes federais no saguão de seu apartamento em Manhattan em 8 de março, a primeira prisão na repressão do presidente Donald Trump a ativistas pró-palestinos. A argumentação de Trump é que “devem ser expulsos do país”.
Os advogados de Khalil sustentam que a decisão é absurda e que será questionada no Conselho de Apelações de Imigração.