O Uruguai e o México anunciam a convocação de uma conferência internacional, reunindo os países e organizações que têm uma “posição neutra” sobre a crise na Venezuela.
Referindo-se ao encontro, a se realizar em Montevideo no dia 7 de fevereiro, o Ministério do Exterior do Uruguai postou comunicado no site do governo uruguaio destacando que os governos do Uruguai e do México, “em virtude da sua posição neutra sobre a Venezuela, organizam uma conferência internacional com representantes dos países e organizações internacionais que partilham esta posição”.
“O encontro responde ao apelo do secretário-geral da ONU, António Guterres, para apostar no diálogo”, acrescenta o comunicado.
António Guterres declarou, na quinta-feira, esperar “que o diálogo seja possível para evitar uma escalada que conduza a um conflito que será um desastre para a população do país e para a região”.
O comunicado acerca do encontro internacional precisa que o objetivo da reunião é “estabelecer as bases de um novo mecanismo de diálogo que contribua para devolver a paz e a estabilidade ao país”.
México e Uruguai “adotaram uma posição de não-intervenção, ao mesmo tempo que manifestaram a sua preocupação com a situação de direitos humanos na Venezuela”, lê-se no texto.
A presidência uruguaia já informou que conta com a participação de “mais de dez países e organismos internacionais” na conferência e afirma-se “pronta para trabalhar com os membros da comunidade internacional que desejem apostar na diplomacia”.
A posição dos países latino-americanos organizadores da conferência se contrapõem a declarações de outros países da região, inclusive do governo brasileiro de apoio ao autoproclamado presidente interino da Venezuela Juan Guaidó, que está fazendo um jogo com a Casa Branca para forçar a instalação de um governo que sirva a seus interesses na Venezuela como exposto pelo secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo.
A incapacidade do governo de Nicolás Maduro de conduzir os destinos do país tem facilitado o golpe orquestrado por Washington. Isso tem sido repudiado pela Rússia e China.
Entendendo a gravidade da intervenção norte-americana, inclusive com sequestro de bens já efetuada e ameaças de agressão militar já expressas por membros do governo de Washington, por um lado, mas também da gravidade da crise que atinge o governo atual, assim como também da ilegitimidade da autoproclamação de Guaidó, os organizadores da conferência convocam, ao “novo mecanismo de diálogo” que conte com “a inclusão de todos as forças venezuelanas”.