Jair Bolsonaro testou positivo pela terceira vez para coronavírus, na quarta-feira (22). O primeiro que deu positivo foi feito há 15 dias.
O primeiro teste que confirmou que Bolsonaro estava infectado foi feito no dia 7 de junho e um segundo no dia 14. Agora, 15 dias depois da primeira confirmação, o teste mostrou que Jair Bolsonaro segue infectado pelo vírus.
Sua expectativa era de dar negativo para que pudesse viajar para a Bahia e para o Piauí nos próximos dias.
“O presidente Jair Bolsonaro segue em boa evolução de saúde, sendo acompanhado pela equipe médica da Presidência da República”, informou a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom).
Desde o início da pandemia Bolsonaro sempre desdenhou da doença. Segundo ele, a Covid-19 é uma “gripezinha” e um “resfriadinho”. Uma “invenção” da imprensa. Recusou-se a usar máscara, só o fazendo muito tempo depois, e participou de aglomerações, cumprimentando apoiadores.
No dia 22 de março, Bolsonaro comparou o novo coronavírus ao H1N1, que vitimou 796 pessoas em 2019, e fez uma previsão de mortes. “A previsão é não chegar a essa quantidade de óbitos [796] no tocante ao coronavírus”, disse numa transmissão ao vivo.
Esta semana, dois ministros de Bolsonaro também informaram que foram contaminados. São eles, Onyx Lorenzoni, ministro da Cidadania, e Milton Ribeiro, ministro da Educação.
Em abril, Lorenzoni chegou a dizer que as mortes por coronavírus no país não passariam de 4 mil. “Vai morrer menos gente de coronavírus do que da gripe sazonal”, afirmou.
Nesta quarta-feira, o número de mortos pela doença passou de 81 mil.
Desde que foi confirmada sua infecção pelo coronavírus, Jair Bolsonaro começou a fazer propaganda do uso da cloroquina para conter a doença, mesmo admitindo que não existe comprovação científica de que a substância ajude no tratamento.
Estudos feitos em todo o mundo têm observado que o uso da cloroquina não ajuda em nada no tratamento e ainda pode trazer maiores complicações para o paciente.
Segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), os estudos concluíram que a substância “não traz benefício clínico nem na profilaxia (prevenção), nem em pacientes hospitalizados”.
Um informe veiculado pela entidade defende que “a hidroxicloroquina seja abandonada no tratamento de qualquer fase da COVID-19”.