A Vale anunciou na segunda-feira (8) a venda de sua subsidiária Vale Fertilizantes para a americana Mosaic. A Vale receberá pelo negócio US$ 1,15 bilhão mais 33,2 milhões de ações da compradora, num total de 8,9% do capital acionário.
O fechamento da transação excluiu o terminal portuário Tiplam, no porto de Santos, que fazia parte originalmente do negócio. Luciano Siani Pires, diretor Financeiro da Vale desde 2012, foi eleito membro do Conselho de Administração da Mosaic.
A Mosaic é uma empresa resultado da associação do negócio de nutrição de safras da Cargill com a IMC Global e é hoje uma das maiores na produção e comercialização de fosfato e potássio combinados em fertilizantes e ingredientes para nutrição animal.
A transferência da Vale Fertilizantes para a Mosaic acentua a trajetória de desnacionalização da indústria nacional provocada pelas privatizações, colocando nas mãos de monopólios internacionais o centro de decisão de empresa chave de mais um setor estratégico.
A Vale enquanto estatal foi uma empresa modelo, em nada comparável a atual administração que carrega a tragédia da Samarco. Vendida na “bacia das almas”, em relação a incomensurável riqueza da companhia, endividou-se ao ficar pendurada na lógica das commodities, dominadas pela especulação internacional.
Conforme comunicado do negócio, a transação vai contribuir “para a redução da dívida” da empresa e para a “simplificação do portfólio de ativos”, eufemismo para explicar o desmonte da companhia.
J.AMARO