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Preços elevados do café, tomate, batata e pão francês foram os produtos que mais pesaram no custo da cesta de alimentos do trabalhador, que comprometeu, em média, 50,90% do rendimento para adquirir os produtos básicos
O preço da cesta básica voltou a subir na maior parte das capitais brasileiras em janeiro, informou a pesquisa mensal de monitoramento de preços do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), divulgada nesta quinta-feira (6).
No primeiro mês do ano, a pesquisa captou aumento de preços no conjunto básico de alimentos em 13 das 17 capitais monitoradas. As maiores elevações foram registradas em Salvador, onde os preços subiram 6,22%; Belém, 4,80%; e Fortaleza, aumento de 3,96%.
São Paulo, cuja cesta continua sendo a mais cara do país, custando R$ 851,82, teve aumento de 1,25% nos preços na comparação com dezembro.
As capitais que tiveram queda nos preços da alimentação foram Porto Alegre (-1,67%), Vitória (-1,62%), Campo Grande (-0,79%) e Florianópolis (-0,09%).
Na comparação entre janeiro de 2024 e janeiro de 2025, o Dieese aponta que 15 capitais tiveram alta de preço, com destaque para as variações das cidades do Nordeste: Fortaleza (13,28%), João Pessoa (10,52%), Natal (10,14%), Recife (8,76%) e Aracaju (8,13%). Em São Paulo, os alimentos ficaram 7,36% mais caros em comparação ao ano passado.
Café, tomate, batata e pão francês foram os produtos da cesta que tiveram maior contribuição para o aumento dos preços em janeiro, informa o Dieese. O custo destes alimentos também teve grande influência sobre a prévia da inflação do mês, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15). O item Alimentação e bebidas do IPCA subiu 1,06%, com o subitem “alimentação no domicílio” registrando variação de 1,10% em janeiro, influenciada por aumentos do tomate (17,12%) e do café moído (7,07%).
CESTA X SALÁRIO
“Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em janeiro de 2025, 50,90% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos”, informa a entidade. Antes do reajuste do salário mínimo, que passou de R$ 1.412 para R$ 1.518 este ano, o trabalhador comprometia, em média 53,75% do salário apenas com a cesta básica.
Com base na cesta mais cara, o Dieese estima que o salário mínimo de janeiro deveria ter sido de R$ 7.156,15 – 4,71 vezes mínimo atual – para cumprir a determinação constitucional de ser o suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.