Praticamente nove em cada dez brasileiros afirmam que o novo auxílio emergencial é insuficiente, diz pesquisa Datafolha realizada entre os dias 11 e 12 de maio e divulgada na quinta-feira (13).
O atual valor, entre R$ 150 e R$ 375, foi considerado insuficiente para 87% dos entrevistados. Para apenas 10% dos que responderam à pesquisa o valor recebido pelos brasileiros sem renda em plena pandemia é suficiente e só 3% acham que o programa paga mais que o suficiente.
No ano passado, o auxílio emergencial foi de R$ 600 por cinco meses, depois cortado pela metade, para R$ 300, e encerrado em dezembro. Por pressão da sociedade, o programa retornou, mas significativamente menor e após as famílias terem passado os três meses mais grave da pandemia, de janeiro a março deste ano, sem nenhuma renda.
O número de beneficiados também foi reduzido, de 68 milhões para 45,6 milhões de brasileiros.
Do total de R$ 293 bilhões, os recursos previstos para o novo auxílio emergencial caiu para R$ 44 bilhões, apenas 15% do que foi desembolsado no ano passado, com a pandemia mais dura, ceifando a vida de milhares de brasileiros e tirando o emprego de milhões de pessoas frente às medidas necessários de restrições ao comércio não essencial.
A pesquisa também ouviu os que receberam o auxílio emergencial no ano passado: quase 90% concorda que o valor desse ano é insuficiente, não compra uma cesta básica calculada pelo Dieese, em média de R$ 600 . Menos da metade dos entrevistados (49%) retornou para a lista de beneficiários esse ano, mesmo que o desemprego ainda seja uma realidade e a pandemia continue vitimando milhares ao dia, milhões ficaram desamparados.
Com o fim abrupto do auxílio emergencial justamente no pior período da pandemia, a pobreza e a pobreza extrema cresceram no país: segundo dados da Fundação Getúlio Vargas, 16% da população estão vivendo com menos de R$ 10 reais por dia.
Além disso, economistas consideram que o corte no auxílio também trouxe consequências graves para a economia, já que privou de consumo milhares de pessoas.