Ele criticou também a privatização da Eletrobras
O ex-presidente Lula voltou a defender nesta quinta-feira (17) a mudança a política de preços da Petrobrás. “Não tem sentido o preço da gasolina ser internacional”, disse Lula. “Eu sei que o mercado fica nervoso quando eu falo, mas nós vamos abrasileirar o preço da gasolina”, acrescentou.
O governo Bolsonaro vem mantendo uma política de atrelamento dos preços internos dos combustíveis comercializados pela Petrobrás aos preços internacionais do barril e ao dólar. Esta política começou na gestão Aldemir Bendine, em 2015, e foi oficializada por Pedro Parente em 2018. Este atrelamento fez explodir os preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha.
INVESTIMENTOS EM REAIS
“O preço vai ser brasileiro, porque os investimentos são feitos em real, a gente vai tirar gasolina e a gente vai aumentar a capacidade de refino”, acrescentou o presidenciável do PT. Ele defendeu que o Brasil exporte derivados do petróleo ao invés de se concentrar na exportação do petróleo cru.
“Quando nós descobrimos o petróleo [do pré-sal], diziam que a gente não tinha capacidade de explorar, que era muito caro. Hoje o barril do petróleo tirado do pré-sal é equivalente ao preço do barril de petróleo tirado da Arábia Saudita. Porque a Petrobras tem tecnologia”, declarou o petista. Lula disse que é “uma canalhice o que estão fazendo com a Petrobrás”.
O presidente da Petrobrás, Joaquim Silva e Luna, justifica a atual política dizendo que o controle dos preços dos combustíveis pelo governo traria o risco de desabastecimento para o país. Isso porque, se a Petrobrás vender a gasolina e o diesel, nas refinarias, a preços menores que os praticados no exterior, as importadoras não teriam interesse em vender os produtos para o Brasil.
DEPENDÊNCIA DE IMPORTAÇÕES
Realmente os planos de desinvestimentos da Petrobrás, que também tiveram início na administração Bendine, reduziram os investimentos em refino, chegando o governo até a se desfazer de suas refinarias. Isso tornou o Brasil dependente de importação. Aumentando a capacidade de refino, o país pode usar o custo de produção da Petrobrás, que é baixo, como referência para os preços dos derivados.
Sem depender de importação, o cartel de importadores perde o poder de pressão pela alta de preços. Ao mesmo tempo em que, ao taxar as exportações de petróleo bruto, o governo pode usar recursos para criar um fundo de estabilização e compensar internamente as variações dos preços internacionais. Isto pode ser feito quando os preços estão altos e quando os preços estão baixo. Neste último caso evitaria prejuízos para a Petrobrás, o que não ocorreu nos preços praticados durante governo Dilma.
CONGRESSO DEBATE SOLUÇÕES
Três medidas estão em debate no Congresso Nacional para enfrentar a situação criada pela política de desinvestimento imposta à Petrobrás. A primeira é taxar a exportação de petróleo bruto para viabilizar a ampliação da capacidade de refino. A segunda é reduzir ociosidade das refinarias brasileiras que atualmente estão ocupando 70% de sua capacidade. E a terceira medida é a criação de um fundo de estabilização dos preços de combustíveis abastecido com recursos da taxação das importações.
Todas essas propostas estão sendo debatidas no projeto de lei do Senado que tem como relator o senador Jean Paul Prates (PT-RN).
PRIVATIZAÇÃO DA ELETROBRAS
Em uma outra entrevista, também nesta quinta-feira (17), Lula defendeu o fortalecimento das estatais e criticou a privatização da Eletrobras e dos Correios. “Agora mesmo, agora mesmo vão querer privatizar a Eletrobras. Para aumentar mais a energia elétrica, para deixar o povo no escuro”, disse ele. Em relação à privatização dos Correios, Lula disse que sua opinião “é a mesma da Eletrobras e a mesma da Petrobrás”.
Depois de muito o Ciro Gomes falar o que faria o sujeito Lula decidiu que fará também. Demorou, hein. Mas com as companhias com que está se metendo, fica difícil acreditar que irá fazer. Vamos ver se por ventura ele fala nos juros também ou no dinheiro que vai para a dívida pública. 4 mandatos e não fizeram.