“Tudo que um pai quer, tudo que uma mãe quer é ver a meninada estudar, se formar e trabalhar. É ver as crianças ficarem brincando na rua sem medo de uma bala perdida e nós vamos fazer um sistema de escola integral para toda criança ficar na escola o dia inteiro”, afirmou Lula
Durante comício em Nova Iguaçu (RJ), nesta quinta-feira (8), o candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a flexibilização do porte de armas defendida por Bolsonaro e prometeu que, em seu governo, criará um sistema de escolas integrais para que os pais não tenham medo de que o filho seja atingido por uma bala perdida.
“Tudo que um pai quer, tudo que uma mãe quer é ver a meninada estudar, se formar e trabalhar. É ver as crianças ficarem brincando na rua sem medo de uma bala perdida e nós vamos fazer um sistema de escola integral para toda criança ficar na escola o dia inteiro”, afirmou Lula.
Lula enfatizou que a proposta valoriza não só a formação da juventude, mas também é um elemento de valorização da vida, afirmando que “o homem de Deus não quer arma”. “A gente vai moralizar este país, e a gente vai dizer que nós não queremos morrer. Nós queremos dizer por que nós amamos a vida, e a vida é o dom maior que Deus deu para nós”, disse Lula.
O ensino integral é uma modalidade já aplicada em institutos federais, em administrações estaduais e municipais. Nos Institutos Técnicos Federais (IFs), criados durante o governo Lula, o ensino integral possui o ensino médio aliado ao técnico.
Em São Paulo, as Escolas Técnicas Estaduais (ETECs) são escolas que figuram entre as melhores do país e que também aplicam a modalidade de ensino médio integrado ao técnico, onde os estudantes passam dois períodos na escola. As ETECs começaram a ser implementadas durante a gestão do ex-governador Geraldo Alckmin, hoje candidato a vice-presidente de Lula. De acordo com a Secretaria Estadual de Educação, a meta é de que, até 2024, 50% das escolas do Estado de São Paulo sejam de tempo integral.
No município de São Paulo, os maiores exemplos são os CEUs (Centros Educacionais Unificados), criados em 2002, na gestão de Marta Suplicy, que se consolidaram como referência na articulação de políticas públicas integrando educação, esporte, lazer e cultura.
No Ceará, as escolas de tempo integral começaram a ser implementadas em 2016 e, atualmente, a rede pública conta com 261 Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral (EEMTIs) distribuídas em 130 municípios cearenses.
O modelo é pauta histórica também do movimento estudantil. Para a União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES-SP), o ensino integral tem um papel fundamental para a garantia de acesso à educação de qualidade, mas também pode ser a porta de acesso a outros direitos fundamentais, como saúde, segurança e alimentação.
Para a entidade, o ensino em tempo integral possibilita a articulação do ensino regular com as diversas áreas do conhecimento, “promovendo a autonomia e pensamento crítico, maior acesso ao Esporte, Cultura, Tecnologia, Ciência e à Formação Técnica e diminuindo a exposição a problemas sociais”.
Os defensores desta modalidade de ensino enfatizam, ainda, a importância da escola para garantir tranquilidade aos pais e responsáveis para trabalharem durante o dia sabendo que o filho está em segurança no espaço escolar.