45“Todos devemos combater um governo que defraudou o país, o desrespeita e humilha”, afirma o candidato venezuelano à presidência pelo partido UPP89, Reinaldo Quijada, em entrevista concedida ao portal venezuelano, Aporrea.
As eleições para presidente da Venezuela, acontecerão no dia 20 de maio, após uma convocação atropelativa, com três dias para inscrição de candidatos e um tempo extremamente exíguos para uma campanha, na qual Maduro busca a reeleição no país em crise, mas, montado no aparato governamental.
Quijada destaca que o atual presidente não é a continuação, mas uma ruptura com o legado do presidente Hugo Chávez.
Há muitas correções a fazer, apontadas por Quijada. Para ele, tem principalidade mudar o eixo dos investimentos, de forma a retomar a produção, principalmente a industrial, que mesmo que insuficiente antes de Mauro, sofreu um grave desmonte. “Vamos reconstruir o aparato produtivo”, afirma o candidato.
Na entrevista, ele condenou a ideia de Maduro de recorrer a moeda criptografada, respaldada no petróleo do país como saída para a falta de divisas, que Maduro chamou de Petro.
“O Petro é uma moeda virtual que não tem base no trabalho produtivo de uma sociedade, é uma moeda com base no nada. Uma ilusão especulativa”, denuncia.
É importante, ao invés de buscar ilusões, diz ainda o candidato, “fazer uma análise para ver como chegamos aonde chegamos e mudar o rumo”, defende e acrescenta: “Chegamos nesta crise por irresponsabilidade do governo”.
Quijada ressaltou as iniciativas positivas do governo Chávez, a exemplo das missões sociais que atenderam aos venezuelanos mais necessitados, mas criticou a burocratização e os conceitos que “impediram um desenvolvimento próprio”.
Segundo ele, quando não se principalizou o investimento que gerasse aumento da produção, “depreciou-se o valor do trabalho e o poder do conhecimento”.
“Assim, acabaram investindo muito sem critério claro, os investimentos foram imensos”, quando se tomou conta da PDVSA, “mas o investimento não correspondeu ao necessário aumento da produção”.
Para ele, os preços foram fixados de forma burocrática, “como no caso do algodão, o que impediu uma melhora nas condições de vida do pequeno camponês que atua no setor”.
Ao denunciar o desgoverno atual, Quijada afirma: “Há um Ministério do Planejamento, mas o que menos vejo é planificação. Aqui não há uma política econômica. Nem os indicadores financeiros são regularmente publicados”.
Quijada ironizou o marketing em torno de Maduro, “querem vender um presidente como se vende uma escova de dente, um xampu”.
Ele também criticou aqueles que preferem chamar à abstenção. “Estamos diante de uma paralisação. É verdade que com a crise há o temor de mudança em parte da população, mas também há uma sensação de desilusão, há descontentamento. Temos que chamar o povo a votar”.
“Vamos entrar em contato com as pessoas, vamos chamar o povo a se levantar, a lutar contra um governo que traiu o legado de Hugo Chávez”, prossegue Quijada.
“Um governo que malbarata os fundos públicos e as nossas riquezas, temos a certeza de que a maioria do povo é composta de gente decente que não aceita isso”, finaliza.