“Essa negociação não atende aos verdadeiros interesses do povo brasileiro”
A venda da parte mais lucrativa da Embraer, empresa aeronáutica brasileira, líder mundial de vendas de aeronaves com até 150 lugares, para a norte-americana Boeing, foi duramente criticada pelo ex-governador do Ceará e ex-ministro da Fazenda, Ciro Gomes (PDT).
“A Embraer representa muito mais do que só a construção de aviões. Ela gera inteligência, tecnologia e desenvolvimento”, disse o ex-ministro, em entrevista ao HP.
Ciro Gomes, que disputou a Presidência da República em 2018, informou que pretende propor uma audiência pública ao Senado para “esmiuçar todos os detalhes dessa negociação”. “Munidos de todos os dados, entraremos na Justiça para desfazer essa venda”, garantiu o líder do PDT.
Ciro Gomes disse na entrevista que “a entrega da Embraer para a Boeing pode não só fechar fábricas no Brasil, como fazer o Brasil perder seu protagonismo na área”.
A Embraer foi cindida, ficando a unidade responsável pela produção e comercialização de jatos comerciais (setor mais lucrativo) com a Boeing. Além disso, a unidade de produção de trens de pouso (ELEB) e a de produção de materiais compostos de alto desempenho (Évora), também serão transferidos para a “Boeing Brasil–Commercial” – nome da empresa resultante da “fusão” das duas fabricantes de aviões – na qual a Boeing terá 80% e a Embraer apenas 20% das ações.
Na opinião do ex-governador, a transação, que poderia ter sido impedida com a utilização constitucional da ação especial (golden share), que o governo detém, “é um crime de lesa-pátria”.
O engenheiro aeronáutico Wagner Farias da Rocha, professor do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), alertou que a transferência das unidades para a empresa norte-americana e também do setor de engenharia da Embraer, que fica na mesma unidade da aviação comercial, em São José dos Campos, inviabilizará a criação e produção de novas aeronaves no Brasil.
O setor de engenharia é responsável pelos projetos e pela construção dos jatos comerciais, mas também pelos jatos executivos e pelos projetos militares da empresa. A sua transferência para a Boeing impedirá a continuidade do que sobrar da Embraer, avalia Wagner Farias da Rocha, especialista da Aeronáutica.
O cargueiro KC-390, por exemplo, que foi desenvolvido pela Embraer em pareceria com a Aeronáutica, passará a ser concluído e comercializado nos EUA.
O ex-governador garantiu que vai tentar reverter a decisão, que segundo ele, é lesiva aos interesses nacionais. Confira as opiniões e as iniciativas de Ciro Gomes para barrar a venda da Embraer em sua entrevista ao HP:
Hora do Povo: Especialistas avaliam que a cisão da Embraer e transferência da parte rentável (jatos comerciais e a EDE) e o setor de Engenharia da empresa para uma associação minoritária com a Boeing inviabilizará a construção de aeronaves no Brasil. Qual sua opinião sobre isso?
Ciro Gomes: O Brasil é um dos poucos países do mundo que tem a capacidade de construir aeronaves. No entanto, a Embraer representa muito mais do que só a construção de aviões. Ela gera inteligência, tecnologia e desenvolvimento. A entrega da Embraer para a Boeing pode não só fechar fábricas no Brasil, como fazer o Brasil perder seu protagonismo na área.
HP: Projetos militares bancados com recursos públicos, como o moderno cargueiro KC 390 e o contrato com a Saab de transferência de tecnologia, estarão comprometidos com a operação. Como avalia este desdobramento?
Ciro: É um crime de lesa-pátria. Depois de todo investimento e conhecimento gerado com o desenvolvimento do KC 390, e toda parceria e aprendizado com a Saab, é criminosa essa entrega para a Boeing.
HP: O governo deixou de usar a golden chare para impedir essa operação lesiva aos interesses da Embraer e do Brasil. Você acha possível reverter essa negociação e impedir a sua conclusão? O que pretende fazer quanto a isso?
Ciro: Muitas são as possibilidades para reverter esse quadro. Sigo na luta e em breve vamos tentar realizar uma audiência pública no Senado que vai esmiuçar todos os detalhes dessa negociação que não atende aos verdadeiros interesses do povo brasileiro e, munidos de todos os dados, entraremos na Justiça para desfazer essa venda.
SÉRGIO CRUZ
Leia mais
Defesa não foi incluída no negócio, novos aviões estão sendo lançados pela Embraer que está separando, avião elétrico já em testes, novos negócios ex. Uber, venda de peças para a BBC, negócios com a SAAB serão exclusivos da Embraer não BBC. KC continua sendo produzido em GPX. Nem tudo são flores mas nem tudo são espinhos.
É verdade, leitor. A Defesa não foi incluída no negócio. Mas, infelizmente, ficou acertado no “acordo” que a joint venture do KC-390, que terá 51% de ações da Embraer e 49% da Boeing, concluirá a produção do cargueiro em local ainda a ser definido, DENTRO DOS EUA. E o pior, a comercialização do maior avião da America Latina será feita NOS EUA. Outro aspecto negativo deste negócio é que o setor de Engenharia da Embraer ficará com a Boeing. Só que este setor é responsável por projetar e construir aviões comerciais, executivos e de defesa. Sem a Engenharia, dificilmente a Embraer terá capacidade de seguir com seus projetos na áreas de executivos e militares. Por dois motivos. O primeiro porque não terá a Engenharia, e o segundo porque 90% dos lucros da Embraer vêm do setor comercial, que passará para a Boeing. A Defesa e os executivos dão menos lucros e recebem aporta do setor comercial. Isso vai acabar.
Concordo com esta interpelação da venda da Embraer! Uma nação que pretende ser potência no mundo, não pode jamais submeter a domínio externo, de quem quer que seja a sua inteligência criativa e construtiva! Sou favorável a esse questionamento no senado!
Nesta afirmação, você não tem razão, leitor. A Boeing está em crise de mercado e de tecnologia. Sua engenharia está em crise. Ela é que precisava da Embraer. Nas aeronaves com até 150 lugares a Embraer é campeã mundial de vendas. A Boeing vinha perdendo cada vez mais mercado para a Embraer. Categorias da Boeing com menos de 150 passageiros foram varridas do mercado exatamente pelos aviões da Embraer. Sobre tecnologia, as quedas recentes de aviões da Boeing falam por si mesmo. Eles terceirizaram projetos e os aviões começaram a cair. É corrente nos meios aeronáuticos a informação de que as equipes de engenharia da Boeing vivem uma crise. Envelheceram e não se renovaram. os jovens americanos foram para áreas de TI e a aeronáutica não os atraiu. As equipes de engenharia da Embraer, ao contrário, são consideradas as melhores do mundo. Nós somos bons mesmo, leitos. Nessa categoria de aviação, a Embraer não competia com a Bombardier, competia com a Boeing e com a AirBus. Os números de aviões vendidos, ou quase vendidos, comprovam isso. É só checar.
Parabéns Ciro.
Não só a Embraer.Quando assumirmos em 22,vamos reestatizar tudo que os canalhas entregarem
Que o Ciro tenha sucesso nessa empreitada. Contra o vilipêndio do Brasil.
Venderam a Embraer pelo preço de um hotel de luxo.
Crime de lesa pátria.
O BOZO NAO PERDE POR ESPERAR…VAMOS CHUTA LO PARA FORA JUNTO COM TODA SUA MAFIA DE ENTREGUISTAS ..INCLUSIVE ESSE GENERAL MOURAO…NUNCA ESQUECEREI O QUE ELE DISSE QD A BOEING DESISTIU DE COMPRAR A EMBRAER;;;” SE A BOEING NAO QUER COMPRAR A EMBRAER PODEMOS VENDER PARA A INDIA OU CHINA”…GENERAL ESSAS ESSAS EMPRESAS NAO SAO SUAS PARA ENTREGAR AO ESTRANGEIRO..ELAS FORAM FUNDADAS POR OUTROS GENERAIS PATRIOTAS QUE AMAVAM O BRASIL E NUNCA IRIAM ENTREGA LAS..AO ESTRANGEIRO…SEUS MISERAVEIS ..VCS TERAO QUE RESPONDER PELA VENDA (DOACAO) DE NOSSAS EMPRESAS …