DENOY DE OLIVEIRA
Começamos a integração com a América Latina. Para o cinema isso é fundamental. É um sonho antigo.
Já em 77 se realizava o “I Encontro sobre a Comercialização dos Filmes de Expressão Portuguesa e Espanhola”, em Brasília.
Ainda há poucas semanas reuniram-se nas “Oficinas 3 Rios” representantes do México, Brasil, Cuba, Peru e Colômbia, integrantes da FEDALC, uma federação para distribuição de filmes na América Latina, promovido pela CDI sob coordenação de Isa Castro, de quem ainda vamos falar.
Ainda agora acabam de chegar 17 filmes que integrarão a Videoteca do Memorial da América Latina. Entre os títulos, “Memórias do Subdesenvolvido” de Gutierrez Aléa, “Lúcia”, de Humberto Solas, “As Aventuras de Juan Quinquin”, de Júlio Garcia Espinoza, “Çiclon Now” e “L.B.J.”, de Santiago Alvarez e “Viva a República”, de Pastor Vega.
Os filmes serão doados por uma iniciativa conjunta “ICALC”, “Fundação Del Nuevo”, “Cine Latino-Americano” e “Memorial da América Latina”. Sérgio Muniz que coordena os trabalhos do “NACLA”- Núcleo de Apoio ao Cinema Latino-Americano em São Paulo, foi quem relacionou 100 filmes que serão doados à Videoteca.
E esta semana, até 20 próximo, prossegue no MIS – Museu da Imagem e Som – a 1ª Reunião de Técnicos em Arquivos de filmes da América Latina. O evento tem a coordenação de Maria Rita Galvão, Presidente da Cinemateca Brasileira. O encontro tem 28 inscritos de 17 países. Hans Karnstadt, da Cinemateca de Berlim, da Unesco, da Fundação del Nuevo Cine Latino Americano e da Federação dos Arquivos Internacionais do Filme, participa do encontro, onde serão recuperados filmes como “Nem Sansão Nem Dalila” (54) de Carlos Manga, “Rio 40 Graus” (55) de Nelson Pereira dos Santos e “Altaré da Praia” (25) de Gentil Roiz, um dos sobreviventes do “ciclo pernambucano” dos anos 20.
A América Latina é um importante passo para chegarmos ao mercado mundial. Claro que tem primeiro o nosso próprio mercado. A não ser que aceitemos a fórmula auto-demolidora do gringo dizendo o que temos que fazer. Mas essa é uma longa discussão.
Sean Connery não é candidato
Confirmado: Roger Moore não é candidato, Marlon Brando e Sean Connery também não. Pelos informes, só no coquetel que marcou a entrada da MGM no mercado de vídeo, foram vendidas 7.000 fitas. Tomara que a chegada do Leão contrabalance o mercado entupido de metrancas e explosões de gelatina. Também a CBS e a Fox logo entram e você terá mais opções.
Isso corresponde, a colocar edições de Poe, Dostoiewsky, Ecco, Agata Christie, ou seja, a variada fatia da literatura impressa ao alcance dos amantes do livro. No caso do vídeo-maníaco-colecionador, essa diversidade é fundamental para que tenhamos os grandes filmes em todos os gêneros e de todos os tempos inundando locadoras, com destaque especial para produção brasileira.
Nos próximos dias vamos falar dos lançamentos de outubro, nos quais destacamos: pela CIC Vídeo – “Luar Sobre Parador”, “Jornada nas Estrelas – Como Começou”, “Marnie – Confissões de uma Ladra”, “1941 – Uma Guerra Muito Louca”, pela Globo Vídeo – “Doida “Demais”.
Outros títulos importantes: “Uma Cilada Para Roger Rabbit”, “Papillon”, “O Mágico de Oz”, “Retratos da Vida”, “Roxanne”, “Disney” _, inclusive das comunicações que tanto achincalharam o Congresso, lá estavam montando seus “lobbys” pra garantir seus interesses na Constituinte. E nós, os paspalhos puristas democratas, ficamos divorciados e desarticulados dos congressistas, permitindo que aquele riso satânico de “Caiado e seus grileiros”, quando derrubaram o uso social da propriedade.
Daí que procuramos saber se Moore, Connery, e outros se eram candidatos. Eles disseram não. Então vamos ter que votar nos candidatos que estão no horário nobre, deixando enlouquecidos os donos de rádios e Tvs. Daí a bronca deles. Vamos parar com isso. Ou temos paciência com o Horário Eleitoral ou a democracia “não chega nunca”.