
O presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES), Lucas Chen, considerou o corte da verba das universidades federais realizado pelo governo Bolsonaro como grande um passo para a destruição do futuro dos jovens brasileiros. Segundo Chen, os estudantes estarão nas ruas nesse dia 15 e vão se opor ao retrocesso e obscurantismo desse governo.
“A última vez em que o Bolsonaro foi para os Estados Unidos, em um café da manhã que ele fez, ele disse que antes de construir alguma coisa no Brasil, ele precisaria destruir muito do que foi construído nesse último período. É justamente isso que ele quer: destruir, a ciência, a universidade, a tecnologia… tudo o que é o patrimônio brasileiro, tudo que possa representar o desenvolvimento, ele quer destruir. Essa é a intenção ao querer cortar a verba da educação”.
Segundo Chen, a medida do governo não tem qualquer relação com investimento na educação básica.
“E é mentira quando ele diz que vai poupar ou contingenciar a verba, isso é corte! Também é mentira que o corte sirva para investir esse dinheiro na educação básica. Ele cortou o dinheiro que seria destinado ao ensino básico”, denunciou o líder secundarista em entrevista ao HP.
Apesar das declarações de Bolsonaro e Weintraub, com o corte de R$ 7,4 bilhões do MEC, o ensino básico perdeu pelo menos R$ 914 milhões em políticas específicas para seu desenvolvimento. Somente do programa de apoio à infraestrutura de escolas do ensino básico, foram congelados R$ 273,3 milhões, cerca de 30% do total destinado. A verba é usada na manutenção, reforma e mobiliário das unidades escolares.
O presidente da UMES também disse o quanto os cortes prejudicam os secundaristas de entrar na faculdade e encontrar um ensino de qualidade.
“Para nós, estudantes secundaristas, é um completo descaso. Já é difícil entrar na universidade pública, ficando refém dos tubarões do ensino, sem contar com uma educação boa e de qualidade, entrando nas universidades públicas, ainda prejudicadas com esses cortes”, afirmou.
“Desde que foram anunciados os cortes, os estudantes estão se mobilizando em todo o país, das universidades federais, estaduais, dos IFs e milhares de escolas também. Contaremos com assembleias, atos, paralisações e muito mais, neste dia 15. Os estudantes se mostram engajados contra os cortes na educação. Vamos para a rua impedir a destruição da nossa educação”, destacou.
“Desde a semana passada, a UMES mobilizou ao menos 40 escolas com a paralisação geral de suas atividades, sendo as mais tradicionais da cidade, como a Escola Caetano de Campos da Consolação, e também o da Aclimação, a ETESP e a Etec Getúlio Vargas, além da Escola Brigadeiro Gavião Peixoto, a maior da América Latina. Vamos com força para o ato desta quarta-feira”, avaliou.
“Se a gente não for pra luta agora, apoiar as greves, apoiar os trabalhadores e toda a luta que tem por vir, não teremos um futuro, não teremos as nossas escolas, hospitais, empregos e muito mais. Se faz necessário lutar contra os cortes, derrubar o Bolsonaro e garantir uma melhoria em nosso país”, ressaltou Lucas Chen.