Em ato no Recife com milhares de pessoas, o ex-presidente deu total apoio à chapa com Danilo Cabral (PSB) para o governo, Luciana Santos (PCdoB) para vice e Teresa Leitão (PT) para o Senado
O ex-presidente Lula afirmou, na quinta-feira, no ato de encerramento de sua visita a Pernambuco, que vai recolocar o país nos trilhos do desenvolvimento. Ele criticou a reforma trabalhista que tirou direitos prometendo mais empregos e o desemprego subiu. “Nós criamos 22 milhões empregos com carteira assinada reajustamos o salário mínimo acima da inflação”, disse Lula.
“TRABALHADOR NÃO É PROBLEMA, É A SOLUÇÃO“
Ele voltou a dizer que o trabalhador não é problema. “O trabalhador brasileiro é a solução”, afirmou Lula, acrescentando que “basta colocarmos os pobres no orçamento e o rico no imposto de renda para pagar imposto sobre lucros e dividendos.” “Eu consegui provar que era possível o país aumentar as exportações e ao mesmo tempo ampliar o mercado interno”, prosseguiu.
“Eu queria provar que era possível consertar o país. Que era possível as pessoas tomarem café, almoço e jantar. Provamos que era possível aumentar o salário mínimo acima da inflação. E que o povo pobre não era o problema do orçamento, mas sim a solução.”
Para Lula, a inclusão de milhões de brasileiros no mercado interno foi o que ajudou o Nordeste e Pernambuco, em particular, a sair de uma situação de séculos de abandono. Tudo graças a políticas públicas de qualidade. Ele também destacou a decisão de seu governo, de tratar as unidades da federação com mais equidade, foi um dos ingredientes principais que ajudaram a impulsionar a economia brasileira.
“Várias vezes, durante o nosso governo, o Estado de Pernambuco obteve um PIB maior do que o PIB do Brasil. O Estado foi capaz de atrair empresas de diversos setores, empresas que antes só iam para o sudeste do país”, acrescentou o ex-presidente, enumerando grandes obras que foram realizadas no Estado e empresas que se instalaram em Pernambuco.
Em seu discurso, Lula chamou o médico José Paulo, que havia falado antes sobre sua trajetória de vida, de volta para o palco e disse que a história do médico reflete os principais valores pelos quais guiou seu governo: possibilitar que o povo pobre e trabalhador tenha igualdade de oportunidades no país.
“Quantas pessoas pobres e negras conseguiram o diploma de doutor? Eles não querem ver o povo na universidade porque eles sabem que o rico não é mais inteligente que o pobre. O que o pobre precisa é ter oportunidade igual para competir no emprego, nas universidades”, declarou o ex-presidente.
APOIO A DANILO, LUCIANA E TERESA
No encerramento, realizado no Classic Hall, em Olinda, na noite da quinta-feira (21), diante de milhares de pessoas, Lula fez questão de deixar claro em seu discurso o apoio à chapa da Frente Popular de Pernambuco, formada por Danilo Cabral (PSB) para governador, Luciana Santos (PCdoB), vice-governadora, e Teresa Leitão (PT) para senadora. “Tenho certeza que Danilo Cabral será eleito governador e juntos vamos trabalhar pelo nosso povo”, disse o pré-candidato.
Geraldo Alckmin alertou para a gravidade do momento e disse que “estamos aqui hoje porque o Brasil precisa.” “O Brasil precisa de Lula para retomar o desenvolvimento e a criação de empregos”, afirmou o candidato a vice de Lula. “O Brasil precisa de Lula porque este governo que está aí foi responsável pela morte de mais de 600 mil brasileiros por causa do negacionismo científico”, denunciou.
Alckmin lembrou que o governo Bolsonaro não tem proposta para o Brasil. “Na Educação o que eles querem fazer é tirar as crianças da escola, com a proposta do homeschooling, uma proposta fascista do século XIX”, observou. O ex-governador de São Paulo disse que muita coisa feita em Pernambuco deve servir de exemplo para o resto do Brasil. Ele citou a frase do poeta popular Antônio Marinho, dirigida a Bolsonaro, de que “em terra de poesia, fascista não se cria.”
VAMOS VENCER A ELEIÇÃO, DIZ DANILO
E seu discurso, Danilo Cabral se emocionou e agradeceu o apoio de Lula. “Dom Helder dizia que, quanto maior o desafio, mais apaixonante ele é. Eu estou apaixonado por esse desafio, presidente. Eu saio depois de tudo que a gente vivenciou aqui me lembrando do que o senhor disse lá em Garanhuns. Eu saio com um tesão danado para ganhar esta eleição! Eu estou animado! Eu gosto disso; é de desafio”, afirmou.
“Não tenho dúvida que, a partir de janeiro de 2023 – escreva aí -, Danilo Cabral vai ser governador de Pernambuco. A gente está com uma saudade danada do senhor. O tempo bom vai voltar. Ariano dizia que sonhava com o dia em que o sol de Deus vai espalhar justiça pelo mundo. E eu sonho que a gente vai espelhar mais esperança. Viva Pernambuco”, completou Cabral.
A pré-candidata a vice-governadora, Luciana Santos, que é também presidenta nacional do PCdoB, exaltou a parceria histórica da Frente Popular com Lula. “Sempre estivemos com Lula, na alegria e na tristeza. E meu partido sempre esteve na Frente Popular, desde os tempos de Pelópidas, passando por Miguel Arraes, Eduardo Campos e Paulo Câmara. E continuamos do mesmo lado, do lado do povo. Temos que tirar lições da história, entender a importância da unidade”, pontuou.
LUCIANA: TRADIÇÃO DE PERNAMBUCO É A UNIDADE
Luciana lembrou também a história do povo de Pernambuco. “Somos a terra das grandes lutas libertárias, da restauração pernambucana, das heroínas de Tejucupapo, do grito da República. Uma terra que sempre entendeu que a unidade era essencial para a vitória”. “Nós estamos diante de uma ameaça fascista. Eles querem semear o ódio e o terror. Mas nós vamos dizer em alto e bom som: nós não temos medo, somos da turma de Dandara e Zumbi, do quilombo dos Palmares. Quem tem que ter medo são eles. Têm que ter medo das urnas, porque vamos ganhar de lapada”, destacou Luciana.
Teresa Leitão advertiu para a gravidade da fala de Bolsonaro aos embaixadores e disse que é o povo que vai barrar na urna o retorno da ditadura. Ela defendeu a unidade para a derrota da direita e enalteceu a liderança de Lula no processo de formação da chapa da frente em Pernambuco. Ela garantiu que estará no Senado para “ajudar o presidente Lula no revogaço” e alfinetou o candidato ao senado da outra chapa, de Marília Arraes que, segundo ela, votou na reforma trabalhista e da Previdência.
Renildo Calheiros, líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, destacou a importância da frente ampla para a derrota do fascismo. Ele chamou a atenção para a dedicação que todos devem ter para a vitória nas urnas e apontou a necessidade da eleição de uma bancada forte de deputados e senadores “para ajudar Lula a governar”. Lula precisará do apoio do Congresso e do apoio do povo porque o momento em que vivemos é de muita esperança, mas é também de alto risco”, advertiu.