“Em nosso governo, muita gente voltou porque recuperamos indústrias e criamos emprego. Espero que a gente faça isso mais uma vez”, apontou o presidente eleito aos brasileiros que estão vivendo em Portugal
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), discursou na manhã deste sábado (19) em Portugal, durante um encontro com a comunidade brasileira no Instituto Universitário de Lisboa. Lula disse que vai montar um governo “mais plural” e vai retomar o crescimento econômico do país com justiça social. “Temos que ter um governo com mais gente da sociedade, de outros partidos, gente que não tem nenhum partido”, afirmou.
Lula disse que fica triste quando vê brasileiros e brasileiras morando em outros países porque não conseguiram encontrar oportunidades no Brasil. “Em nosso governo, muita gente voltou porque recuperamos indústrias e criamos emprego. Espero que a gente faça isso mais uma vez”, apontou o presidente eleito.
Ele falou também na necessidade de derrotar o radicalismo e a ignorância bolsonaristas. “A democracia é tão grande que temos até um grupo de bolsonaristas gritando”, disse ele, referindo-se aos protestos de bolsonaristas inconformados com a derrota. Lula afirmou que “a democracia é assim, uns perdem, outros ganham. A democracia não é um pacto de silêncio, ela é um movimento. A gente derrotou o Bolsonaro nas eleições, mas o radicalismo, ignorância e bolsonaristas ainda estão vivos e precisamos derrotá-los”, destacou.
Lula prosseguiu dizendo que agora “vamos derrotar os bolsonaristas, mas sem usar os métodos que eles usaram contra nós. Não queremos perseguição, violência, queremos um país em paz”, observou. “Queremos muito pouco, apenas o que é essencial, o que está na Bíblia, na nossa Constituição, na declaração universal dos direitos humanos”, defendeu Lula.
O presidente eleito também pediu para que seus apoiadores não caiam em provocações de bolsonaristas. “A gente não quer violência. O que queremos é um país em paz. Com perspectiva e oportunidade de sobrevivência. Todos nós queremos aquilo que é essencial. Queremos o direito de ter uma casa, criar nossas famílias bem, com escolas de qualidade. Ver nossos filhos na universidade”, defendeu Lula.
Ele ainda disse “nunca” ter visto a esquerda “praticar 10% da violência que a extrema direita está fazendo no Brasil”. Lula comentou a campanha de fake news a qual foi submetido durante a última campanha eleitoral, movimento que começou, segundo ele, “com Donald Trump nos Estados Unidos”. “Vocês não têm noção da fábrica de mentiras, e as pessoas acreditavam”, argumentou.
Lula falou também aos brasileiros que vivem em Portugal do desmonte do país patrocinado pelo atual governo. “O ministro da Educação do atual presidente dizia que universidade não era para todos”, denunciou. “Eu quero que os filhos da classe trabalhadora estudem. O investimento em educação é o mais extraordinário que um país pode fazer. “Nós podemos fazer um país melhor, um mundo melhor. Podemos fazer o Brasil voltar a ser uma potência”, afirmou Lula, sob intensos aplausos.