“O governo Temer atua para garantir o monopólio privado no fornecimento do medicamento sofosbuvir, pagando mais caro, contra o interesse da sociedade”, condenou o médico Jorge Venâncio, membro do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e coordenador (licenciado) da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).
Para Jorge Venâncio, que é candidato a deputado federal pelo Partido Pátria Livre (PPL), a motivação do governo, ao se colocar contra a pesquisa da Fiocruz-Farmanguinhos, é obscura. “Isso fere a população, o nosso desenvolvimento e a pesquisa, e só prejudica quem precisa desse medicamento com um preço baixo”, disse.
“O governo Temer vem com o propósito de favorecer as multinacionais, quando se sabe que existe uma alternativa muito mais em conta fabricada pela Fiocruz e já registrada pela Anvisa”, condenou Jorge Venâncio.
A patente do medicamento sofosbuvir foi concedida pelo governo, por meio do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi), à multinacional norte-americana Gilead. Com essa decisão, os interesses e as finanças públicas serão duramente prejudicadas e a Fiocruz-Farmanguinhos ficaria impedida de produzir o medicamento genérico, que já estava inclusive registrado pela Anvisa. Com a patente, o governo gastará R$ 1 bilhão a mais na aquisição do remédio.
No domingo (23), o juiz Rolando Valcir Spanholo, da 21ª Vara da Justiça Federal de Brasília, atendeu a um pedido liminar protocolado pela candidata à presidência Marina Silva (Rede) e seu vice, Eduardo Jorge (PV) e anulou a decisão do governo por ir contra os interesses do país.