“A pessoa não é obrigada a gostar de você, mas ela não pode te xingar e te ofender como aconteceu esses dias com o Alexandre de Moraes no Aeroporto de Roma”, observou o presidente na posse da nova diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
O presidente Lula afirmou neste domingo (23), em discurso durante a cerimônia de posse da diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que o fascismo e o bolsonarismo foram derrotados mas “os malucos ainda estão nas ruas, ofendendo pessoas, xingando pessoas”, numa referência ao ataque sofrido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) no aeroporto de Roma.
“Nós vamos dizer a eles que nós queremos fazer com que esse país volte a ser civilizado. As pessoas não têm que se gostar, as pessoas têm apenas que se respeitar. Você não tem que escolher o seu vizinho. Você apenas tem que aprender a conviver com ele decentemente. Respeitando ele e ele respeitando você. Você não tem que gostar da pessoa que mora na frente da sua casa, nem ela de você. Vocês têm que se respeitar apenas. Isso é democracia”, disse Lula.
“Quando você entrar num restaurante, se tem lá uma pessoa que não gosta de você, ótimo. Ela não e é obrigada a gostar, mas ela não é obrigada a te xingar, não é obrigada a te ofender como aconteceu esses dias com o Alexandre de Moraes no Aeroporto de Roma, em que um canalha não só ofendeu ele, como bateu no filho dele. Não sei se você sabe, Moisés, esse cara era um empresário de uma empresa alemã. Eu entreguei o nome dele para o chanceler alemão. E esse cara foi expulso ontem pelo Kassab”, acrescentou.
“Então. Nós temos que dizer. Eu agora proibi a venda de pistola 9 milímetros, porque esse negócio de liberar armas é para favorecer o crime organizado a comprar armas. O que nós precisamos é baratear o preço do livro. É abrir biblioteca em cada conjunto habitacional. O que nós precisamos é fomentar as crianças a ter acesso a cultura, e não ter acesso a armas, a violência”, prosseguiu o presidente.
Lula falou de seus compromissos no governo e fez questão de garantir que “nós vamos voltar a fazer com que a massa salarial nesse país cresça e o salário mínimo aumente todo ano acima da inflação, de acordo com o crescimento do PIB”. “Nós vamos fazer neste país: a gente vai fazer com que o povo possa voltar a comer a tal da picanha que tinha desaparecido”, garantiu.
Ele disse que já está vendo algumas coisas melhorando. “Vocês perceberam que a comida está baixando. Vocês perceberam que a carne está baixando. E vocês perceberam que a gente vai voltar a poder comprar mais, a consumir um pouco mais, porque é para isso que a gente nasce. A gente nasce não para sofrer, a gente nasce para viver bem”, afirmou o presidente.
Lula declarou, ainda, que irá dedicar o tempo que resta no Palácio do Planalto a melhorar a vida dos brasileiros e que seu compromisso “não é com banqueiros”, e sim com a classe de trabalhadores. As prioridades, completou, devem ser a geração de empregos, o incremento do salário e a expansão do poder aquisitivo. “E você percebeu que o preço da comida está baixando”, observou.
“A classe trabalhadora precisa dizer aos governantes desse país, só não precisa dizer para mim porque que eu sei. A classe trabalhadora quer viver bem, ela quer trabalhar bem, ela quer ganhar bem, ela quer morar bem, ela quer casar bem, ela quer criar sua família bem, quer que os seus filhos estejam em escolas de qualidade para eles poderem virarem doutor na vida. E mais ainda: a gente quer ter o direito de tirar umas férias e viajar de avião para onde a gente quiser”, prosseguiu o presidente.
“Se nós produzimos carro, se nós queremos carro. Se nós produzimos computador, nós queremos computador. Se nós produzimos roupa, queremos roupa”, acrescentou, em referência ao direito dos trabalhadores de ascenderem socialmente e consumirem o que produzem. “Eu quero ter o orgulho de quando deixar a Presidência da República, poder andar na porta de fábrica. Poder andar na Marechal, poder andar na Paulista, em Santo André, em São Caetano, na rua, e poder cumprimentar as pessoas de cabeça erguida porque cumpri com a minha missão”, disse Lula.
Em seu discurso, Moisés lembrou que a resistência da classe trabalhadora e dos movimentos sociais foi importante nos últimos anos: “É hora de reconquistar a democracia, de reconquistar nossos direitos”.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, mencionou a necessidade de se revogar medidas que facilitaram o acesso a armas de fogo no país, o que atinge especialmente as mulheres. O governo federal revisou regras nesse campo, sobretudo no que concerne a armas de civis, incluindo colecionadores, atiradores e caçadores, pelo Plano de Ação na Segurança (PAS), assinado nesta sexta-feira (21).
“São os sindicatos que organizam os trabalhadores, que lutam por direitos e sabem o que é estratégico para o país”, frisou Gleisi, citando a criminalização dos movimentos sociais, durante o governo de Jair Bolsonaro.
Assista à solenidade
Presidente Lula participa da posse da nova diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC https://t.co/SH4KYgj1uu
— Lula (@LulaOficial) July 23, 2023