
“Tivemos queda no volume e um pseudo crescimento de faturamento, estamos muito preocupados”, declarou o presidente da Eletros
As vendas de eletroeletrônicos na Black Friday foram um fracasso neste ano. “Tivemos queda no volume e um pseudo crescimento de faturamento, estamos muito preocupados”, afirmou o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), José Jorge do Nascimento, sobre a data mais importante para as vendas do setor.
A queda na quantidade de produtos comercializados chegou a 30% em relação à Black Friday do ano passado. As vendas de aparelhos de ar condicionado despencaram em 30%. A linha branca (geladeiras, fogões e lavadoras) caiu 25%. Menos acentuado o baque dos eletroportáteis e da linha de áudio e vídeo que foram de 10% e 12%, respectivamente, segundo os dados da associação.
O consumidor tem priorizado os bens de consumo recorrente, como alimentos, produtos de limpeza e de higiene pessoal diante dos orçamentos arrochados das famílias. Nas vendas do Mercado Livre, a categoria de supermercados teve um crescimento de volume de 540% na comparação anual, considerando a sexta-feira (26/11).
Para o segmento de eletroeletrônicos, a inflação e a prioridade com outras despesas, como os gastos com serviços, pesaram na hora da compra. Os preços dos eletroeletrônicos foram reajustados entre 12% e 15% na ponta neste ano.
Com a inflação de novembro batendo em 10,75% no acumulado de doze meses, o varejo enfrentou novos obstáculos na Black Friday deste ano para convencer o cliente que os preços realmente estão mais baixos e oferecer promoções que caibam no bolso do brasileiro.
O diretor de Varejo da consultoria GFK, Fernando Baialuna, em declaração ao Estadão, disse que o consumidor “perdeu a referência de comparação de preços por causa da inflação elevada”. Essa memória de preço, segundo o executivo, é o que ajudava na hora de avaliar os descontos.
A Black Friday não aconteceu em Marte e aqui na Terra, especialmente no Brasil, não teria como passar ao largo de uma das maiores crises que nossa economia já viveu. A queda na renda, a disparada dos preços, o desemprego recorde, a insegurança no emprego, o subemprego, o endividamento das famílias, entre outras dificuldades.
O Banco Central (BC) aumentou a Selic, taxa básica de juros da economia, pela sétima vez seguida, atingindo 9,25% ao ano, estimulando a prática dos maiores juros do mundo contra os consumidores, com o sr. Guedes dizendo que era isso mesmo que precisava ser feito. Não há economia que resista! E, agora, depois de afundar a economia, diz que não era bem crescimento em “V” que ele prometia.
Para a indústria de eletroeletrônicos, os reflexos podem ser ainda muito negativos. Neste ano, como o varejo, ficou estocado devido à frustração nas vendas, os pedidos para janeiro estão baixos ou nem estão sendo feitos. As expectativas de vendas para o final do ano encolheram e o cenário realista é repetir o Natal do ano passado e fechar 2021 sem crescimento.
Com informações do Estadão, Farol News, Site Pagar.me e Digital Money