Na comparação com agosto, caíram as vendas de automóveis (-5,08%); comerciais leves (-3,80%); caminhões (-5,83%); ônibus (-4,01%) e motos (-5,31%), segundo Fenabrave
As vendas de veículos novos caíram 5,44% em setembro em relação a agosto, segundo divulgou a Federação Nacional da Distribuição de Veículos (Fenabrave) na terça feira (3). Todos os segmentos acompanhados pela Fenabrave registraram queda em setembro na comparação com o mês anterior.
Caíram as vendas de automóveis (-5,08%); de comerciais leves (-3,80%); de caminhões (-5,83%); de ônibus (-4,01%), de motos (-5,31%).
ACUMULADO DO ANO
No ano, o setor acumula alta de 12,52% na comparação com janeiro a setembro do ano passado. O segmento de motos vem crescendo significativamente, diante dos preços crescentes e em patamares cada vez altos dos carros, restritos a compradores de maior renda. Até setembro, a venda de motos acumula uma alta de 19,68%. Já a venda de veículos (autos e comerciais leves), acumula resultado positivo de 9,99%, graças ao incentivo do governo, que se encerrou em julho. E de ônibus, aumento de 23,70%.
As vendas de caminhões, apesar dos incentivos do governo federal, não saiu do vermelho e acumula queda de 17,53% de janeiro a setembro.
CRÉDITO RESTRITO E JUROS ALTOS
O mercado de veículos continua sob pressão do crédito restrito e da taxas de juros abusivas, cujas variáveis por si só têm um grande impacto no setor.
“Os desafios do setor automotivo permanecem, com o crédito restrito e a diminuição do poder de compra da população, dificultando o acesso a veículos novos”, diz o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior.
A interpretação dos números positivos, conforme alerta a Fenabrave, precisa levar em conta a baixa base de comparação de 2022, ano que fechou com queda nas vendas. Deve ainda ser levado em conta que neste ano as montadoras tiveram um forte incentivo do governo com renúncia de impostos, o que permitiu, com menores preços, um importante aumento nas vendas do setor, com exceção do mercado de caminhões.
“O crédito restrito e o ajuste de preços dos novos modelos afetou o desempenho do mercado de caminhões. Ao menos, tivemos evolução nos emplacamentos diários na comparação com agosto”, disse Andreta Jr.
O programa de incentivo do governo para os caminhões e ônibus encerrou nesta terça-feira (3). Do total de R$ 1 bilhão previsto, foram direcionados apenas 32% dos recursos, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O programa previa descontos das montadoras às concessionárias, em troca de incentivos tributários, eos descontos seriam repassados aos consumidores.
Para os automóveis, o programa acabou em julho e foram usados R$ 680 milhões do total de R$ 800 milhões.