Black Friday não salva retração das vendas
As promoções da Black Friday não salvaram o comércio varejista que, em novembro do ano passado, apresentou queda de -0,5% no volume de vendas do varejo ampliado – que inclui veículos e materiais de construção.
O dado que compara as vendas de novembro com outubro é parte da pesquisa mensal de comércio divulgado nesta quarta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A despeito das expectativas, os setores que tiveram os piores desempenhos em novembro foram:
Combustíveis e lubrificantes: -0,3%;
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios e bebidas: 0,0%;
Veículos, motos, partes e peças: -1%;
Tecidos, vestuários e calçados: -0,2%;
Livros, jornais, revistas e papelaria: -4,7%;
Material de construção: 0,1%.
No balanço que considera apenas o varejo restrito (exclui o comércio de veículos e material de construção), o desempenho foi fraco e aquém das expectativas do mercado, com variação positiva de apenas 0,6%. Pesquisa realizada pela Reuters estimava avanço de 1,1% no mês da Black Friday sobre o mês anterior.
Segundo o IBGE, o volume de vendas do varejo em novembro está 3,7% abaixo do patamar de outubro de 2014.
O cenário do comércio está na esteira dos resultados do setor de serviços e da indústria, divulgados recentemente pelo IBGE. Em novembro o setor de serviços teve o pior resultado para o mês desde 2016, apresentando queda de 0,1%. A produção industrial teve queda brusca de 1,2% em novembro, com destaque para São Paulo, que perdeu 2,6% de um mês para o outro.
O comércio sofre as consequências imediatas do desemprego e dos níveis de informalidade recorde do país. Também apurado pelo IBGE, o número de pessoas que procuravam emprego no trimestre encerrado em novembro chegou a 11,2 milhões de pessoas. Na informalidade – o que representa salários mais baixos, falta de estabilidade e direitos – o instituto computou 38,8 milhões de pessoas no mesmo período.