A taxa de investimento do país é a menor dos últimos 17 anos, o que se reflete em uma queda brusca no consumo interno de máquinas e equipamentos.
Segundo dados da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), as vendas domésticas de bens de capital apresentaram uma absurda queda de 36,8% em agosto sobre o mês anterior. Na comparação com o mesmo período de 2017, a queda foi de 29,3%.
O consumo aparente – produção doméstica mais importações menos exportações – caiu 17,2% de um mês para o outro.
“Houve queda tanto na aquisição de máquinas produzidas localmente como importadas. Em função disto, no ano, os investimentos em máquinas e equipamentos registraram desaceleração. O alto índice de ociosidade da economia, combinado com crédito caro e o elevado grau de incertezas político e econômica, continua dificultando a retomada dos investimentos no país”, avaliou a entidade.
O nível de ociosidade das indústrias de máquinas e equipamentos em agosto estava em 23,4%.
O faturamento do setor teve variação positiva no mês passado fundamentalmente por conta do crescimento do volume de exportações. As vendas externas somaram U$ 1,18 bilhão no mês passado, o que no comparativo anual representa um crescimento de 41,6%.
O pouquíssimo que o país ainda investe em bens de capital tem sido abastecido pelas importações, que no ano já corresponde a 61% do que foi consumido pelo mercado interno. É o caso do crescimento de 81,4% no mês das importações no setor de Petróleo e Energia. A aquisição de tubos para oleodutos e gasodutos na Alemanha em agosto contribuiu para o resultado. Além da Alemanha – que está em terceiro lugar no ranking dos países que vendem máquinas e equipamentos para o Brasil – as compras no exterior se concentraram na China e nos Estados Unidos.