Embora as vendas do comércio varejista tenham registrado o terceiro resultado positivo seguido em julho, ainda não foi possível recuperar as perdas acumuladas no ano. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vendas no varejo restrito ficaram negativas em 1,8% no período de janeiro a julho; o varejo ampliado (inclui automóveis e material de construção) acumula perdas de 6,2%.
Na comparação de julho com o mês anterior, a retomada das atividades e reabertura dos serviços não essenciais contribuiu para um crescimento de 5,2% no volume de vendas em julho. O IBGE esclarece que a alta se deu, sobretudo, pela base baixa de comparação após o tombo histórico registrado em abril (-16,6%) e representa uma desaceleração frente as altas de 13,3% em maio e de 8,5% em junho.
Venda de supermercados registra 0%
Em julho, apenas a atividade de hiper, supermercados e produtos alimentícios não tiveram avanços sobre o mês anterior (variação zero). O comércio de itens desse segmento, por serem de primeira necessidade, se sobressaiu aos demais durante a fase mais aguda de quarentena, mas já sofre o baque do desemprego, queda de renda e corte no auxílio emergencial.
Em agosto, a inflação do país (IPCA) disparou e atingiu o percentual mais alto dos últimos quatro anos. A alta de preços de 0,24% foi puxada em especial pelos alimentos – que tiveram aumento médio nos preços de +0,78%. Isso tem impacto sobre as condições de vida das famílias, especialmente as de menor renda, e também no comércio de itens essenciais. O Índice de Preços para o Consumidor Amplo (IPCA) subiu 2,44% em 12 meses, enquanto a inflação dos alimentos subiu 8,83% no período.
COMÉRCIO VAREJISTA AMPLIADO
No comércio varejista ampliado, o volume de vendas cresceu 7,2% em relação a junho, interrompendo uma sequência de quatro meses em queda.
Analisando o segundo trimestre de 2020, o comércio sofreu grande abalo, com recuo de 13% sobre os três primeiros meses do ano, de acordo com os dados do PIB – que caiu, 9,7% sobre o trimestre anterior e 11,1% sobre o mesmo período do ano passado.
Alguns segmentos não conseguiram sequer recuperar os níveis pré-pandemia, como foi o caso de tecidos vestuário e calçados (que permaneceu em julho -32,7% abaixo do nível de fevereiro), livros, jornais, revistas e papelaria (-27,2%) e veículos (-19,7%).