As vendas de máquinas e equipamentos sofreram uma queda de 6,2% em maio, na comparação com o mesmo mês de 2017 e 3,1% em relação ao mês de abril, conforme relatório da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ). O total das vendas do mês foi de R$ 5,798 bilhões. Os gastos na compra desses bens são uma referência do nível de investimentos no país.
As exportações no mês foram no valor de US$ 519 milhões e as importações no valor de US$ 1,084 bilhão, ou um déficit de US$ 564 milhões. Nestes termos o déficit aumentou 27,4% sobre a abril e 171,2% em relação maio de 2017.
As exportações, no entanto, no acumulado até maio de 2018 aumentou 17% em relação ao mesmo período de 2017 e têm ganho crescente participação no total das vendas do segmento. Para o presidente do Conselho da ABIMAQ, João Carlos Marchesan, as exportações já representam algo em torno de 49% do faturamento.
Se por um lado, estas exportações têm dado um fôlego para essa indústria, a redução do mercado interno nos últimos anos e o aumento das importações são uma ameaça para as empresas genuinamente nacionais, que cada vez mais ficam na dependência do mercado externo, onde a concorrência com os monopólios internacionais é cada vez mais assimétrica e desleal.
As importações atingiram US$ 1,08 bilhão, avanço de 18,6%, com uma tendência de crescimento, inclusive nos anos recentes. Há cerca de dez anos, 60% das vendas do segmento eram feitas por empresas sediadas no país, atualmente, esse percentual está com as importações, invertendo essa relação desfavoravelmente à produção interna.
Por isso, a carteira de pedidos do setor no Brasil cai mês a mês. Em maio, terminou com dois meses de entrega – pior nível da história.
O setor terminou o mês de maio com 294,6 mil funcionários, número 0,3% menor que a quantidade de abril. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) ficou em 75,37% em maio ante 72,76% em maio de 2017.
Segmentos como componentes para indústria de bens de capital (68,27%), infraestrutura e indústria de base (61,10%) e máquinas para petróleo e energia renovável (67,64%) estão bem abaixo da média. Com o mercado interno em queda muito forte, a ocupação está direcionada para exportações.
J.AMARO