Com o recuo de 4,4% em relação a agosto do ano passado, “a queda ainda prevalece em razão da fraqueza nas atividades do mercado doméstico”, aponta Abimaq
As vendas da indústria brasileira de máquinas e equipamentos em agosto somaram R$ 28,02 bilhões, uma queda de 4,4% sobre o mesmo mês do ano passado. Em relação ao mês de julho o comparativo indica uma elevação de 18,2%. De janeiro a agosto, as vendas somaram R$ 194,09 bilhões, 8,5% abaixo do registrado no mesmo período de 2022. Os dados foram divulgados na quarta-feira (27) pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
“Os dados registraram crescimento na receita líquida de vendas em relação ao mês de julho, anulando parte da queda acumulado no ano. Em relação ao mesmo mês do ano anterior a queda ainda prevalece em razão da fraqueza nas atividades do mercado doméstico. As exportações, mesmo com a desaceleração no mercado global e valorização do real frente ao dólar, registraram expansão”, informou a Abimaq.
A entidade mantém um acompanhamento da média mensal das Receitas Líquidas de Vendas no período de cada ano, desde 2010 até 2022 e dos oito meses deste ano. A média do período de 2010 e 2013 em comparação a média de 2023 registra uma tombo de 33,36%.
A indústria de máquinas e equipamentos é a indústria das indústrias, esses números indicam que os outros setores industriais estão sem crescimento, especialmente a indústria de transformação que é o pulso de todo o setor.
Esse estudo demonstra o encolhimento do setor de máquinas e equipamentos ao longo dos últimos oito anos, em flagrante acompanhamento da desindustrialização que a economia nacional vem sendo vítima no período, em razão de notórias outras prioridades como o agronegócio e indústria extrativista.
O Brasil se especializa em itens primários, num mundo que demanda cada vez mais produtos tecnológicos. Parcela da alta tecnologia nas exportações do país caiu de 12% para 2% em 20 anos.
Os números demonstram o tombo de 33,36% acima assinalados: As receitas líquidas de 2010 a 2013 na média mensal de cada ano (quatro anos), em valores constantes, deflacionados pela coluna 32 da FGV, atingiu o valor de R$ 39,41 bilhões. A média dos anos de 2016 e 2017, a mais baixa do estudo, foi de R$ 22,14 bilhões. No ano de 2021 esta média foi de R$ 32,02 bi em 2022 R$ 29,32 bi. Em 2023, até agosto na média de R$ 28,02.
No mês de agosto, o segmento de máquinas e equipamentos registrou estabilidade no número de pessoas ocupadas. Em agosto foi igual a 392.826. No ano, houve a criação de pouco mais de 2500 postos de trabalho. Mas em relação ao mês de setembro de 2022, período que registrou número recorde de pessoas empregadas no setor, o quadro de pessoal encolheu em quase 6,5 mil pessoas.
As importações totalizaram US$ 2,57 bilhões em agosto, 12,4% superior ao registrado em julho, e 10,9% superior em relação ao mesmo mês do ano anterior. No acumulado do ano (janeiro a agosto), as compras do exterior chegaram a US$ 18,17 bilhões, 13,8% acima do registrado no mesmo período de 2022.
O setor vendeu ao exterior, no mês de agosto, US$ 1,46 bilhão em equipamentos, montante 16,3% superior ao registrado no mesmo mês de 2022. Em relação a julho, as exportações foram 25,2% maiores. No acumulado do ano, de janeiro a agosto, as vendas ao exterior somaram US$ 9,3 bilhões, 18,1% acima do registrado no mesmo período do ano passado.
O nível de utilização da capacidade instalada da indústria brasileira de Máquinas equipamentos registrou crescimento de 0,5% no mês de agosto, anulando parte da queda do mês de jul23 e retornado para 75,4% em 2023.
Em agosto o setor operou, em média, em dois turnos. Em relação ao agosto de 2022 o nível de utilização da capacidade instalada ficou 5,6% abaixo. Naquele período o setor atuava com 79,9% da sua capacidade instalada.