Automóveis registraram uma queda de 22,35% nas vendas e os comerciais leves de 24,54% no acumulado de janeiro a abril. segundo a Fenabrave
Os automóveis e comerciais leves, que respondem pela maior parte dos emplacamentos no acumulado até abril (61,6%), registraram uma queda violenta nas vendas: -22,80%. No total de automotores, entre automóveis e comerciais leves, ônibus e caminhões, as vendas registraram queda de 6,07% em abril em comparação ao mesmo mês do ano passado. No mês foram comercializados 270.560 veículos, ante 288.045 em abril de 2021. Em comparação a março deste ano, o resultado foi menor em 1,11% em um total de 273.591 veículos.
No acumulado do ano até abril, as vendas de veículos somam 996.900 unidades, 7,18% a menos do que os 1.074.027 unidades do mesmo período de 2021. Os dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) foram divulgados na terça-feira (3.
Automóveis tiveram uma redução de 22,35% ou 410.114 veículos neste ano em relação aos 528.191 licenciamentos em 2021. Os comerciais leves tiveram 100.732 veículos emplacados, ou seja, 24,54% a menos que os 133.488 emplacamentos de janeiro a abril do ano passado.
Caminhões e Ônibus formam outro grupo da estatística, em números muito menores do que o grupo anterior, mas importante por responder pelo transporte coletivo de passageiros e de mercadorias.
O destaque é o gargalo de licenciamentos de ambos na variação de março para abril, caminhões com -7,48% e ônibus com -14,50%. No acumulado de janeiro a abril houve uma variação positiva na venda de caminhões (+1,57%) e ônibus (+3,47%).
Os números mostram um mercado desequilibrado, uma queda nas vendas de automóveis de quase 25% é um desabamento. Uma das razões está na falta de abastecimento de semicondutores e outros itens que têm reduzido a produção e a entrega dos veículos, com filas de até semanas para conseguir um.
A outra foi o aumento de preços que a indústria automobilista fixou para suas vendas. Entre os carros mais simples e baratos que se pode encontrar estão o Kwid da Renaut, cujo preço base começa em R$ 61.000 e o Mobi da Fiat com preço base a partir de R$ 63.000.
O marketing das empresas do setor ainda vende a ideia de que os preços estão melhores por causa da redução no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que o Paulo Guedes, ministro da Economia de Bolsonaro, concedeu para a indústria, de resultado duvidoso, sem qualquer tipo de contrapartida e retirando recursos necessários para manter o básico dos serviços públicos.
O professor de direito tributário da FGV, Carlos Eduardo Navarro, disse à Exame. que sem estoques”não há garantias de redução de preço. Por óbvio, o governo não espera que as empresas reduzam o preço, mas, sem dúvida, é uma redução na pressão de custo”.
O mercado de motocicletas, no conjunto dos emplacamentos, é o que pode comemorar resultados. De janeiro a abril o número de licenciamentos subiu 27,40%. Foram 300.226 motos em 2021 e 382.497 unidades neste ano. Certamente, os preços desmedidos dos automóveis estão contribuindo para esse volume expressivo de motos no mercado.