Cinco das oito atividades recuaram em relação a outubro, incluindo Hiper, supermercados e produtos alimentícios, diz IBGE
O comércio varejista brasileiro registrou queda de 0,4% nas vendas em novembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (9). O resultado foi negativo apesar de novembro ser um mês tipicamente bom para o comércio por conta das promoções da Black Friday, com destaque para a queda nas vendas de Móveis e Eletrodomésticos – setor mais sensível aos juros altos já que as compras destes bens costumam ser parceladas.
“O setor de Móveis e eletrodomésticos foi o que teve maior queda em novembro. Nos últimos quatro meses, a atividade obteve três quedas (-1,8% em agosto, -3,7% em setembro e -2,8% em novembro) e uma alta (7,8% em outubro)”, apresenta Cristiano Santos, gerente da pesquisa pelo IBGE.
Além de Móveis e Eletrodomésticos, houve predominância de taxas negativas de vendas em cinco das oito atividades pesquisadas, incluindo hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com queda de 0,1%. O setor responde por 53% nas vendas do varejo, contribuindo para o resultado geral.
Santos afirma que, apesar de a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ter desacelerado de 0,56% em outubro para 0,39% em novembro, a alimentação no domicílio subiu 1,81% em novembro.
“O setor é uma espécie de âncora, que mesmo variando pouco tem impacto. O que segura o varejo restrito é o segmento de hipermercados e supermercados, até pelo peso que tem. […] Também se vê na inflação um certo protagonismo das receitas de empresas nesse setor, que faz com que o volume da receita das empresas não tenha desempenho melhor. A inflação de alimentos foi o que reduziu o desempenho de supermercados”, afirma o gerente do IBGE.
Também recuaram: Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-2,2%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-1,5%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,0%).
Já Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,5%), Combustíveis e lubrificantes (1,5%) e Tecidos, vestuário e calçados (1,4%) tiveram alta na passagem de outubro para novembro.
VAREJO AMPLIADO RECUA 1,8%
No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, o volume de vendas caiu 1,8% de outubro para novembro. Veículos e motos, partes e peças, contribuiu com queda de -7,6%, e Material de construção, com -1,4%.
Já na comparação com novembro de 2023, o varejo avançou 4,7%, com cinco das oito atividades pesquisadas apresentando resultados positivos: Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (10,2%), Tecidos, vestuário e calçados (8,0%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (5,4%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (3,4%) e Combustíveis e lubrificantes (1,7%).
No sentido oposto, ficaram Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-4,4%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-10,6%). O setor de Móveis e eletrodomésticos não teve variação.