Vendas nos supermercados recuaram 5,7%
As vendas do comércio varejista do país caíram -4,5% em março ante o mesmo mês do ano passado, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (09). A queda é a mais intensa desde dezembro de 2016 e teve como principal contribuição o tombo nas vendas de supermercados, que no período caíram -5,7%.
O segmento de supermercados responde por 48,6% do total do varejo (em volume) e sua queda é um sintoma de que as famílias estão consumindo menos produtos de primeira necessidade – como alimentos e produtos de higiene pessoal.
A conjuntura econômica que mantém o desemprego a níveis elevados e a renda arrochada tem grande influência nos resultados do varejo em geral e, por consequência, nas vendas do segmento de supermercados, que também caíram na passagem de fevereiro para março: -0,4%.
Na comparação com fevereiro, as vendas do comércio varejista variaram apenas 0,3% na série com ajuste sazonal (acerto que se faz em função da variação de estação), após registrar ZERO em fevereiro (0,0%).
Na comparação março a março, a queda no varejo foi generalizada também entre os outros segmentos e apenas duas das oito atividades tiverem resultados positivos. Além das vendas em supermercados, combustíveis e lubrificantes caíram -4,3%; tecidos, vestuário e calçados -5,7%; móveis e eletrodomésticos -4,8%; outros artigos de uso pessoal de doméstico -3,3%; e livros e jornais surpreendentes -36,7%. Apenas produtos farmacêuticos e de escritório tiveram alta.
Varejo ampliado cai 3,4%
No comércio varejista ampliando, que inclui, além das atividades acima, as vendas de material de construção e veículos, a média nacional em março foi de queda de -3,4% sobre março de 2018, com recuos registrados no segmento de automóveis de -1,2% e de -0,4% para as vendas de materiais de construção.
Economia em crise em 2019
Com os resultados, o patamar de vendas do setor está 6,1% abaixo do ponto mais alto, registrado em 2014. Mas não é apenas o varejo que sofre pelo baixo nível de consumo e desemprego. Segundo divulgado pelo IBGE também esta semana, a produção industrial caiu 1,6% em março na comparação com março de 2018, com o setor produtivo de São Paulo registrando -7,3% na mesma comparação.
Enquanto isso, o desemprego subiu no trimestre encerrado em março, atingindo 13,4 milhões de pessoas.
Diante disso, o mercado passou a rever drasticamente as estimativas de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) no ano. De acordo com o último boletim Focus, elaborado pelo Banco Central (BC) com a aposta do mercado financeiro sobre a economia, o PIB deve crescer abaixo de 1,5% em 2019.
PRISCILA CASALE
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