O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI) alerta que o resultado do comércio varejista em abril, apesar de positivo, demonstra desaceleração no setor. As vendas do comércio varejista subiram 0,9%, em abril ante março, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados na última sexta-feira (9).
O IEDI apontou que, dos 10 ramos pesquisados pelo IBGE, “6 ficaram no vermelho, inclusive alguns dos mais importantes, como veículos e autopeças e supermercados, alimentos, bebidas e fumo” destacou.
Na passagem de março para abril, as vendas de supermercados, alimentos, bebidas e fumo recuaram 1,1%.
“O ramo de supermercados, alimentos, bebidas e fumo, que possui peso relevante no varejo como um todo, de cerca de 1/3 das vendas totais, foi um dos que mais pressionaram o setor para baixo. Como se sabe é um segmento mais propenso a sentir os efeitos do desemprego e da perda de poder de compra da população devido à inflação. Com este resultado, pode-se dizer que “andou de lado” em 2022 e em abril/22 estava no mesmo nível de vendas do que em dez/21”, advertiu o IEDI.
Entre os destaques negativos no mês para o varejo restrito estão: livros, jornais, revistas e papelaria (-5,6%) e equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-6,7%), combustíveis e lubrificantes (-0,1%).
No varejo ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, o volume de vendas variou 0,7%, em abril ante março. A atividade de veículos, motos, partes e peças (-0,2%) quanto de material de construção (-2,0%) tiveram resultados negativos.
O IEDI levanta que apenas dois ramos realmente aumentaram as vendas no período, tecidos, vestuário e calçados, que registraram altas de 1,7%, e móveis e eletrodomésticos com um aumento de 2,3%.
No entanto, o instituto afirma que “a continuidade do movimento destes dois ramos do varejo, contudo, ainda está para se provar, já que, em maior ou menor grau, seus mercados dependem de financiamento ao consumidor, que tende a ser prejudicado com o aumento das taxas de juros no país”, avaliou.
Em um ano, as vendas de móveis e eletrodomésticos recuaram -8,7%. Para o comércio varejista ampliado, o setor de veículos e motos, partes e peças apresentou queda de -2,1% e o setor de material de construção registrou retração de -10,1%.