Em outubro caiu -0,3% em relação a setembro, com quedas em cinco das oito atividades pesquisadas
O desempenho das vendas do comércio varejista em outubro foi pior do que previam as pesquisas, registrando queda de -0,3% ante setembro, apontam os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (13). Na comparação com outubro de 2022, houve ligeira alta de 0,2% nas vendas.
Uma das principais contribuições para a queda no volume de vendas de um mês para o outro vem do setor de Hiper, supermercados e produtos alimentícios, com variação negativa de -0,8%. As taxas negativas atingiram cinco das oito atividades pesquisadas, tendo sido registrado quedas importantes nos setores de Tecidos, vestuário de calçados (-1,9%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-5,7%), Combustíveis e Lubrificantes (-0,7%) e Móveis e Eletrodomésticos (-0,1%).
Por outro lado, houve alta no volume de vendas de Livros, jornais, revistas e papelaria (2,8%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (1,4%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,2%).
Cristiano Santos, gerente da pesquisa do IBGE, ao divulgar a pesquisa, comentou que as variações estão muito próximas a zero desde fevereiro. O consumo ainda sem força é um reflexo do nível de endividamento das famílias e dos juros altos.
Em janeiro, o comércio varejista restrito cresceu 3,9%, após a queda de -2,9 em dezembro de 2022. Os resultados seguintes foram: fevereiro (-0,1%), março (0,7%), abril (0,0%), maio (-0,6%), junho (0,2%), julho (0,7%), agosto (-0,1%), setembro (0,5%) e outubro (-0,3%).
“Isso mostra um retorno ao comportamento anterior a 2020, após as variações mais acentuadas que observamos no período de pandemia, com números ainda mais tímidos do que o padrão pré-covid”. Mas, num cenário de médio prazo, a perspectiva está positiva, com crescimento nos acumulados do ano e em 12 meses”, analisou.
No ano, o varejo acumula alta de 1,6% e de 1,5% em 12 meses. Comparando com o patamar anterior à pandemia, o setor opera acima em 4,4%.
COMÉRCIO VAREJISTA AMPLIADO RECUA 0,4%
Já o comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, e comércio Atacado de alimentos e bebidas (recentemente adicionado à pesquisa), o volume de vendas recuou 0,4% ante setembro.
“Tanto a atividade de Veículos, motos, partes e peças (0,3%) como a de Material de construção (2,8%) ficaram no campo positivo em relação a outubro. Porém, a atividade de Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo, que ainda não tem essa abertura divulgada na pesquisa, influenciou negativamente o índice geral”, analisou o gerente.
Em termos regionais, o comércio varejista apresentou resultados negativos em 17 das 27 unidades da federação, com destaque para o Rio de Janeiro (-2,0%), Santa Catarina (-1,4%) e Mato Grosso do Sul (-1,3%).