Até agosto, as vendas reais caíram 7,8% e os salários reais médios acumula retração de -1,3%. Para entidade, juros elevados inibem investimentos e consumo
As vendas reais da indústria paulista recuaram 1,1% no mês de agosto frente a julho, segundo levantamento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). As maiores quedas foram registradas nos setores químicos (-13,4%), têxtil (-10,5%) e alimentos (-8,0%).
As horas trabalhas na produção e os salários reais médios também recuaram, -0,3% e -0,1%, respectivamente. O NUCI passou de 79,8% para 79,0% (-0,8 p.p.). Todos os dados acima apresentados estão livres de influência sazonal.
No acumulado em 12 meses, as vendas reais caíram -7,8% e os salários reais médios acumulado retração de -1,3% até agosto.
A Fiesp diz que o momento é de “cautela quanto aos indicadores econômicos atuais”, impulsionados pelas medidas do governo Bolsonaro às vésperas das eleições.
A entidade ressalta o “aperto monetário, através da elevação da taxa SELIC”, hoje em 10,75% ao ano, que descontada a inflação mantém o Brasil com o juro real mais alto do mundo, entre os fatores de atenção para a economia brasileira entre o final de 2022 e o ano de 2023.
O juro alto em 2022 foi considerado muito pior do que o praticado no ano anterior para 71% das grandes empresas e 50% das micro, pequenas e médias indústrias, segundo pesquisa da entidade. Juros elevados inibem o crédito para investimentos e capital de giro das empresas e para os consumidores.
De acordo com o IBGE, com os últimos dados divulgados do mês de julho, a produção industrial no maior centro industrial do país também está em queda. Em julho ente junho caiu -0,6%; no acumulado do ano recuou -2,3% e em doze meses a retração é de -4,1%.