As vendas no varejo tiveram em setembro uma queda de -1,3% em relação a agosto, segundo dados revelados pela pesquisa mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em relação ao mesmo período do ano passado, o terceiro trimestre de 2018 teve uma alta 1%, e o ano de 2018 acumula alta de 2,3% na comparação com os mesmos meses do ano anterior, apontando que o setor segue estagnado.
O tombo de setembro foi especialmente influenciado por perdas significativas no setor de supermercados e no varejo de combustíveis.
Desemprego e informalidade, por um lado, diminuem o poder de compra da população, que acaba cortando do orçamento até mesmo itens considerados de primeira necessidade, como de alimentação e higiene.
“Temos uma grande informalidade no Brasil, e isso afeta o poder de compra de consumo dos brasileiros. O mercado de trabalho tem sido um freio para o consumo”, afirmou Isabella Nunes, gerente da pesquisa pelo IBGE.
Além disso, a inflação de alimentos e bebidas também exerceu pressão no bolso dos brasileiros. Também de acordo com o IBGE, os preços subiram 0,10% em setembro.
A queda no volume de vendas de combustíveis também é uma consequência da crise econômica como um todo, mas sofre também a pressão dos sucessivos aumentos nos preços nas refinarias – realizado pelo governo e pela atual direção da Petrobrás para equiparar os preços nacionais aos internacionais.
Neste caso, o tombo em setembro foi de 2% na comparação com agosto, também o pior de toda a série histórica para o período.
No caso das vendas de super e hipermercados, a queda sobre agosto foi de -1,2% – o pior desde 2002.
“A inflação de combustíveis e hipermercados teve efeito negativo sobre as vendas. A alta dos combustíveis tem a ver com elevações promovidas pela Petrobrás e, no caso dos alimentos, houve alta na alimentação domiciliar”, explicou a gerente da pesquisa do IBGE, Isabella Nunes.
Além dos dois segmentos, seis das oito categorias pesquisadas pelo IBGE mostraram queda nas vendas em setembro.
Varejo Ampliado
Considerando o varejo ampliado – que inclui o comercio de veículos e material de construção – o recuo foi de -1,5% de um mês para o outro. A pressão veio da queda de -1,7% na venda de materiais de construção.