Venezuela denuncia junto ao CS da ONU assassinatos dos EUA no Caribe

Trump ordena que seus navios de guerra rondem a costa venezuelana, atacando barcos de pesca latino-americanos (Redes Sociais)

O governo da Venezuela exigiu ao Conselho de Segurança da ONU o início de uma investigação para esclarecer os assassinatos cometidos pelas Forças Armadas dos Estados Unidos em bombardeios a embarcações próximas à costa venezuelana, que Washington classificou, sem nenhum tipo de provas, como “narcolanchas”

Caracas solicitou, nesta quinta-feira (16), que o CS das Nações Unidas “investigue o conjunto de assassinatos que o governo dos EUA vem perpetrando em nossa região e determine seu caráter ilegal”, frisando ainda a “ameaça que essas ações ilícitas representam para a preservação da paz na América Latina e no Caribe, incluindo execuções extrajudiciais, concentração de forças militares, retórica belicista contra a Venezuela e operações clandestinas da CIA para cometer assassinatos políticos”, detalhou o representante permanente do país na ONU, Samuel Moncada.

O governo de Nicolás Maduro apontou a necessidade de “uma declaração que reafirme oprincípio de respeito irrestrito à soberania, independência e integridade territorial da Venezuela, como base indispensável para preservar a paz”.

EXECUÇÕES DE CIVIS SEM PROVAS

O representante venezuelano classificou o bombardeio de “uma pequena embarcação, em situação estacionária no Mar do Caribe, a poucas milhas da costa venezuelana”, incidente confirmado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que resultou em seis mortes como “uma série de execuções extrajudiciais contra civis”, sem provas de qualquer delito.

Informando sobre a carta que havia encaminhado ao secretário-geral da ONU, António Guterres, e ao presidente do Conselho de Segurança, o embaixador russo Vassily Nebenzia, Moncada destacou que “dados recentes, de domínio público e midiático, mostraram que algumas das vítimas foram reconhecidas por suas famílias e governos como cidadãos da Colômbia e de Trinidad e Tobago que estavam exercendo atividades de pesca “, o que confirma que a mobilização militar dos EUA “afeta toda a região” e “não é uma questão exclusivamente venezuelana”.

Durante uma reunião extraordinária de chanceleres da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), convocada pela presidência pro-tempore da Colômbia, a Venezuela já havia formalizado a denúncia e exigiu uma resposta regional imediata.

“A comunidade internacional deve compreender que a impunidade ante esses atos terá consequências políticas perigosas que devem ser detidas de imediato”, assinala o texto.

OBJETIVO FINAL É O CONTROLE DOS RECURSOS ENERGÉTICOS

Donald Trump afirmou nesta quinta-feira (16) ter autorizado a Agência Central de Inteligência (CIA) a realizar “operações letais” para cercar a Venezuela, ameaçando assim a vida do presidente Nicolás Maduro e integrantes do seu governo, a exemplo do que já realizou em seu histórico de golpes mundo afora.

Em comunicado, a República Bolivariana da Venezuela considerou as declarações “belicistas e extravagantes” como “inaceitáveis e sem precedentes”, e pediu que a comunidade internacional condene tais afirmações, classificadas como “imoderadas e inconcebíveis”.

O texto também manifesta “extrema preocupação” com o uso da Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos e com a presença militar norte-americana no Caribe, que, segundo Caracas, configura uma política de “agressão, ameaça e hostilização”.

A nota argumenta que essas manobras buscam legitimar uma operação de “mudança de regime”, com o objetivo final de tomar o controle dos recursos energéticos da Venezuela.

Caracas também denunciou o uso do discurso antiimigratório por autoridades estadunidenses, que, segundo o governo venezuelano, alimentam discursos xenofóbicos e políticas repressivas“.

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