
O vereador do Rio de Janeiro Gabriel Monteiro (sem partido) foi acusado de assédio moral e sexual por servidores, ex-funcionários e uma mulher que teve relações sexuais com o ex-PM.
A reportagem do Fantástico, da TV Globo, mostra que Gabriel forjou cenas de seus vídeos no YouTube, como tiroteios ou ajuda a uma criança carente, expôs seus funcionários a outros tipos de assédio, além de cometer irregularidades no funcionamento de seu gabinete na Câmara Municipal. Os ex-funcionários afirmam que foram expostos a tapas, golpes com pedaço de pau e tentativas de enforcamento.
Em setembro do ano passado, Gabriel Monteiro publicou um vídeo em que simula brigar com os editores. Quem assiste a gravação, imagina que tudo é consentido, mas não é. “O hino é depois”, afirmou Gabriel antes de dar uma paulada em um dos homens.
Em outra situação, um dos agredidos é Mateus Souza. Ele estava nomeado na Câmara de Vereadores e pediu exoneração na última sexta-feira (25). Imagens mostram a tentativa de simular um enforcamento. Mateus, que trabalhava como assessor e editor, não gosta e reage.
A reportagem revelou que funcionários e ex-funcionários de Gabriel Monteiro acusam o vereador de assédio moral e também de assédio sexual. “Inúmeras vezes ele começava a fazer alguns atos, eu pedia para parar e ele não parava”, afirmou Mateus. Segundo ele, o vereador pedia que ele ficasse fazendo carinho nele.
História semelhante é contada por outro ex-assessor parlamentar e produtor, Heitor Monteiro. “Carinho em todas as regiões do corpo”, destacou. Ele afirmou que Monteiro já pediu carinho, inclusive, na região genital.
Luiza, que trabalhava diretamente na produção de vídeos do vereador, registrou queixa na polícia por assédio sexual e importunação sexual.
“Uma vez foi no carro, que ele começou pedindo para fazer massagem no meu pé, puxou meu pé e fez massagem. Eu tentava tirar o pé e ele segurava. Aí foi começando a passar a mão nas minhas pernas. Foi para o banco de trás e começou a me agarrar, me morder, me lamber”, disse.
Em depoimento, Luiza contou que Gabriel sempre conduzia os roteiros para conotações de cunho sexual. E que se aproveitava para passar as mãos nos seios e nádegas dela.
Outra mulher, que não trabalha com ele, diz que foi vítima de estupro. Segundo ela, eles tiveram uma relação sexual que começou de maneira consentida. Mas que ela afirma que continuou depois que ela pediu para parar.
“Teve um momento em que ele usou força. Ele me segurou e foi com tudo. Me deixou sem saída. Eu pedindo para ele parar e ele não respeitou o momento em que eu pedi para ele parar”, afirmou a mulher.
VÍDEOS
A matéria revelou também que vídeos gravados pelo vereador para o Youtube eram fakes. Em um deles, no acesso à uma comunidade em Quintino, na Zona Norte do Rio, Gabriel aparenta estar em meio a um confronto. “Vem para cá que é de fuzil, ganha aqui”, diz ele em um trecho.
Mas trechos do material bruto mostram que o clima parecia tranquilo. “Pô, meu irmão, aqui tá tranquilo, rapá”, disse o vereador.
Em um outro vídeo, Gabriel Monteiro levou uma criança para fazer compras em um shopping.
“Eu achei que hoje eu ia ficar sem comida. Mas hoje eu tô comendo a coisa que eu mais gosto”, disse a menina.
Mas no entanto, ele diz à criança o que ela deve falar. “Aqui, fala assim, tio, achei que hoje era mais um dia que eu ia ficar sem comer, mas tô comendo o que eu mais gosto”, afirmou o vereador.
CONSELHO DE ÉTICA
A Comissão de Ética da Câmara de Vereadores marcou uma reunião para terça-feira (29), às 15h. O objetivo é analisar as denúncias contra Gabriel Monteiro. Alguns parlamentares já se manifestaram, repudiando a conduta do vereador.
“As denúncias são gravíssimas e estão sob investigação criminal. Mas a Câmara de Vereadores tem que fazer a sua parte, tem que agir com rapidez, serenidade, equilíbrio e eficácia”, afirmou o vereador Chico Alencar (Psol).
A vereadora Tainá de Paula (PT), que é da mesa diretora da Câmara de Vereadores, disse que quem perde é o parlamento. Ela publicou que Gabriel Monteiro está ganhando dinheiro em cima dos mais pobres de forma descarada. “É um escárnio e um escândalo”, completou.
A vereadora Thais Ferreira (Psol), que é presidente da Comissão de Direitos da Criança e do Adolescente, disse que são gravíssimas as denúncias. E que irá debater as violações do estatuto da criança e do adolescente na comissão.
O vereador Tarcísio Motta (Psol) afirmou que vai oficiar o Youtube Brasil pela imediata desmonetização do canal de Gabriel Monteiro na plataforma.
se bolsonaro é o lixão, só pode atrair lixos.