Governo holandês se submeteu às pressões de Trump e interveio ilegalmente na chinesa Nexperia, provocando uma falta global de chips para a indústria automobolística
O governo da Holanda aceitou se submeter à pressão de Donald Trump e expropriou a empresa chinesa Nexperia, que faz parte do grupo chinês Wingtech, fabricante de chips, com sede na Holanda. A alegação arranjada de última hora pelo país europeu foi de que haveria problemas de “segurança nacional” com a produção de chips pela empresa chinesa na Holanda.
Trump havia exigido dos holandeses que interviessem na empresa chinesa que funciona na Holanda. O país europeu obedeceu às ordens de Washington e tomou a empresa de assalto. Pequim reagiu imediatamente acusando a Holanda de desrespeitar as leis internacionais. Agora, o país europeu se desmoralizou. Ficou de fora dos acordo entre EUA e China e terá que devolver a empresa aos chineses. O fato mostra claramente que não é um bom negócio se submeter a Trump.
A empresa chinesa, já sob a intervenção do governo holandês, parou de enviar insumos para a sua congênere chinesa, a Nexperia China, que monta e embala os chips e os exporta para várias partes do mundo. A China anunciou, então a interrupção das exportações de chips. A indústria automobilística do mundo todo sentiu imediatamente o impacto da decisão, inclusive a indústria brasileira. A falta de chips ameaçou paralisar a fabricação de automóveis no mundo todo.
A Nexperia China continuou enviando seus chips normalmente para montadoras de carros “domésticas”. A Europa entrou em pânico com a falta de chips para a montagem de seus veículos. Recentemente, a embaixada chinesa no Brasil confirmou que a empresa estava negociando com o governo brasileiro o envio excepcional de chips para montadoras instaladas no Brasil.
A Holanda ficou totalmente de fora das negociações entre China e EUA e só foi comunicada do acordo econômico e comercial alcançado na semana passada entre os dois países. A China condicionou entre, outras coisas, a liberação de sua empresa na Holanda para que o acordo pudesse avançar. Com a decisão, os chips da empresa poderão ser entregues a clientes na Europa, Estados Unidos e em todo o mundo nos próximos dias.
O governo dos Países Baixos será obrigado a abandonar o controle intempestivo da Nexperia e recuar na medida que causou uma verdadeira escassez de chips para carros em todo o mundo. O ministro da Economia da Holanda, Vincent Karremans, disse que confia que, com o acordo firmado entre China e EUA, os chips fabricados pela Nexperia chegarão a clientes na Europa e no resto do mundo. Com esse recuo do governo holandês, a Nexperia poderá “se unir” novamente a sua controladora chinesa.
A Bloomberg deu a notícia de que o governo holandês terá que anular a ordem ministerial anteriormente concedida para bloquear ou alterar o poder de decisão das principais empresas da Nexperia e desistir do controle da empresa “já na próxima semana”. O chamado “controle” da empresa, que foi arrebatado à força, foi usado como moeda nas negociações entre EUA e China, e, segundo o lado chinês, os ladrões do governo holandês terão que mostrar seus rostos.
Os Países Baixos deverão assumir total responsabilidade por este processo. A China, ao contrário, em linha com sua atitude responsável em relação à estabilidade e segurança da cadeia global de produção e fornecimento de semicondutores, aprovou prontamente os pedidos de licença de exportação relevantes dos exportadores chineses e isentou as exportações elegíveis, e se esforça para promover a retomada do fornecimento.
A China espera que a Holanda encontre o país asiático no meio do caminho de maneira responsável, com a perspectiva de manter a situação geral das relações econômicas e comerciais China-Holanda e China-UE e a estabilidade e segurança da cadeia global de produção e suprimentos. Pequim quer que o governo pare de interferir nos assuntos internos das empresas e encontre soluções construtivas para o problema dos semicondutores.










