Aproveitando-se de que estava no que considera “o fundão do Brasil”, o candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro, Hamilton Mourão, abriu a boca, apesar da proibição do titular (v. Guru de Bolsonaro cria crise ao propor fim da Previdência e subir Imposto de Renda).
O fato aconteceu em Catanduva, cidade de São Paulo, conhecida por “Cidade Feitiço”, devido à hospitalidade de seus moradores, onde Mourão falou para 40 pessoas.
“O Brasil é um cavalo que precisa de um ginete com mãos de seda, cintura de borracha e pernas de ferro”, disse ele em Catanduva.
Alguns dos assessores presentes se assustaram, pois Bolsonaro, o candidato de Mourão, é conhecido por seus íntimos pelo apelido de “Cavalo”. Nessa toada, não se sabia onde ele ia chegar…
Porém, isolado por uma guarda de luas-pretas, temerosos dos efeitos eleitorais de sua retórica, Mourão esclareceu:
“Sou um amante da arte equestre. Gosto muito desse animal.”
As imagens cavalares – ou, melhor, equinas – fizeram lembrar o último presidente da ditadura, Batista Figueiredo, autor de frases como “o cheirinho dos cavalos é melhor que o cheiro do povo” ou “mulher é como cavalo, só se conhece quando se monta”.
Mourão, em seu giro pelo interior de São Paulo, atacou outra vez a Constituição, pregando a sua substituição. Alguns dias antes, ele dissera que uma nova Constituição “não precisa ser feita por eleitos pelo povo”.
Em Catanduva, ele resumiu seu suposto credo político:
“O governo tem de dar a ordem e as senhoras e senhores, o progresso.”
Na época da ditadura, uma autoridade emitiu, uma vez, um mandamento: “estudante é para estudar e trabalhador é para trabalhar”.
Mas não parece ser isso o que Mourão quis dizer, pois o que propõe leva a um desemprego ainda maior que o atual e ao arraso completo do já sucateado ensino público. Leva, em suma, ao pântano do atraso e retrocesso – e não ao progresso, não importa a ordem que o governo, pela repressão, mantenha no país, algo, aliás, impossível de manter sem progresso.
No entanto, recorrendo outra vez aos cavalos, Mourão assentou:
“[O Brasil é] um animal capaz de saltar 1,80 m, mas que está sendo montado por um ginete de 180 quilos, de mão pesada e pernas frouxas. Temos de desamarrar esse animal maravilhoso.”
O ginete de 180 quilos é o Estado brasileiro, que precisa, segundo Mourão, ser diminuído, através da privatização, terceirização e entrega ao dinheiro estrangeiro. Para isso, é necessário expurgar da Constituição as conquistas e direitos do povo brasileiro, consagradas na Carta feita após a derrubada da ditadura (v. Vice de Bolsonaro quer ditadura contra o povo e diz que não é “antidemocrático”).
O fato de que, tal como ensinou a vida e obra de Caxias, a independência de uma Nação é definida, exatamente, pelo Estado nacional, não parece perturbar Mourão.
A palestra de Mourão foi na quinta-feira e quase passou despercebida.
Mas, apesar de sua consideração, Catanduva (e as outras cidades que visitou: São José do Rio Preto, Bauru e Botucatu) não são “o fundão do Brasil”.
C.L.
É necessário SIM, cortar as tais famílias “pulhíticas”, os tais incentivos, os bilionários dos 39 partidos “gambiarras” que atrasam o progresso brasileiro, roubam trabalhadores, ineptos a governar.
PARABÉNS ILUSTRE HAMILTON MOURÃO.
17. JAIR BOLSONARO.
Se você gosta de ser montada por um ginete – e da qualidade mental do Bolsonaro -, realmente, nada podemos fazer. Mas seria bom não pregar a obrigatoriedade desse gosto político para todo o povo brasileiro.
Em tempos de opressão, roubalheira, insultos para com os assalariados, estado de opressão, e de mentiras universais, dizer a verdade se torna um ato revolucionário.
Também achamos, leitor. É esse o nosso ofício.
Gostaríamos de saber, qual o legado (por exemplo) de jogar fora no bueiro 45 milhões numa campanha própria do Meirelles, sendo que no ano de 2017, sendo ministro, enriqueceu, fez fortuna de: 450.000.000,00, (declarados), com o fechamento de 34 mil leitos hospitalares por falta de verbas?
Crianças, recém-nascidas, maternidades sem berços, dormindo em caixas de papelão????
Legado, nenhum. E pode também acrescentar que Meirelles, até ser ministro de Temer, era presidente do conselho da JBS. E um dos principais acusados do escândalo do Banestado – de onde se safou graças a Lula (por favor, ver Meirelles: empresas fantasmas, roubo e fraude acoitados por Lula e Temer).