O deputado federal Capitão Augusto (PR-SP) pediu para ser desligado do posto de vice-líder do governo Jair Bolsonaro (PSL) na Casa. O parlamentar alegou “motivos pessoais” para se desligar do cargo.
“Cumprimentando-o cordialmente, venho, por meio deste, agradecendo a honrosa designação, solicitar, por motivos pessoais, meu desligamento como vice-líder do governo”, disse em um documento encaminhado ao líder do governo, Major Vitor Hugo (PSL-GO), na manhã da quarta-feira (24).
A baixa ocorreu após o deputado fazer diversas críticas públicas ao governo e à dificuldade de articulação. “A gente tenta trabalhar, mas as peças que estão nos cargos de liderança não ajudam a desenvolver o trabalho. Considero uma derrota do governo a votação (da reforma da Previdência) na CCJ”, afirmou Capitão Augusto, que é policial militar.
Para o deputado, a articulação com o Congresso “vai de mal a pior”. “Sou aliado de primeira hora do Bolsonaro, fui o primeiro a subir na tribuna para declarar apoio a ele quando ninguém imaginava isso tudo. Eu estava acreditando que pudesse contribuir e estou vendo que a articulação está indo de mal a pior e me sinto impotente”, disse.
Segundo o Capitão Augusto, as críticas feitas por ele acerca do relacionamento entre o Planalto e o Congresso não vinham sendo ouvidas, o que teria motivado a sua decisão.
“Não dá. Coloca como líder do partido do Bolsonaro o Delegado Waldir, que é caricato. É meu amigo, mas é briguento, não dialoga, ninguém o leva a sério, não é bom de discurso. O Major Vitor Hugo é trabalhador, humilde, honesto, mas a Câmara não aceitou, não deu certo, e não devia ter pego do próprio partido. E para piorar coloca a Joice (Hasselmann) como líder no Congresso, o que também não dá. Ela é muito estrela, não desce pro corpo a corpo com os deputados, e é combativa demais com a esquerda inviabilizando qualquer acordo para votações”, desabafou.
O policial vinha demonstrando insatisfação com o governo e publicou algumas discordâncias em seu perfil no Twitter. No dia 17 de abril, postou uma lista com oito críticas, destacando a insatisfação dos deputados com o governo, reclamações e dificuldades para formar uma base.
A mais recente foi uma defesa ao vice-presidente Hamilton Mourão. Segundo o deputado, o vice não tem sido bem tratado pelo governo.