
“Eu sugeri que pilotos norte-americanos bombardeassem e explodissem todas as pontes sobre o Danúbio”, se vangloria o então senador norte-americano em vídeo de 1999
Veio a público um vídeo de 1999, em que o então senador Joe Biden se gabava de ter sido o primeiro nos Estados Unidos a propor o bombardeio de Belgrado e a destruição da infraestrutura da cidade. “Eu sugeri o bombardeio de Belgrado. Sugeri que os pilotos americanos fossem lá e destruíssem todas as pontes do Danúdio”, disse Biden na época.
Trazido à tona por uma postagem do chefe da Roscosmos, a agência espacial russa, Dmitry Rogozin, o vídeo expõe o papel de Biden nos 78 dias de crimes de guerra dos EUA contra a Iugoslávia, que causaram milhares de mortos, inclusive 89 crianças.
Foi Biden que nesta semana, atendendo a um jornalista, chamou o presidente russo Vladimir Putin de “criminoso de guerra”. Mais uma vez, Biden falando de si próprio aos jornalistas.
O vídeo de Biden confessando que tinha as mãos sujas de sangue dos civis iugoslavos também está tendo enorme repercussão nas mídias sociais da China, cuja embaixada em Belgrado foi destruída em maio daquele ano em um ataque aéreo norte-americano. Aliás, também isso um crime de guerra.
Em outro vídeo, é ele quem diz em um discurso inflamado: “Vou continuar com todas as fibras do meu ser a manter a América envolvida com tropas que podem atirar e matar”. E acrescenta acreditar que “é absolutamente essencial que as tropas americanas estejam no terreno com rifles carregados e baionetas desembainhadas.”
CRIMES DE GUERRA
Os ataques aéreos contra a Iugoslávia, que não pouparam trens de passageiros nem asilos de idosos, duraram de 24 de março de 1999 a 10 de junho de 1999. As bombas continuaram caindo mesmo na Páscoa da Sérvia – chamada Pascha – que é o dia mais sagrado do ano cristão ortodoxo.
A embaixada chinesa foi atacada no dia 7 de maio, por bombas guiadas por satélite, disparadas por bombardeiro B-2. Três jornalistas chineses – Shao Yunhuan da Xinhua, e Xu Xinghu e sua esposa Zhu Ying do Guangming Daily – foram mortos no ataque. Vinte outros cidadãos chineses ficaram feridos, cinco gravemente.
Na quinta-feira, o Ministério das Relações Exteriores da China disse em um comunicado que “nunca esqueceremos quem bombardeou nossa embaixada na Iugoslávia”, acrescentando que “não precisamos de lições sobre justiça do violador do direito internacional”.
Na próxima quinta-feira, se completarão 23 anos do início do ataque da Otan/EUA à Iugoslávia. O bombardeio de Belgrado foi uma espécie de compensação, de parte do então presidente Bill Clinton, para chegar à paz com os republicanos, depois dos dias de tormento do escândalo Mônica Lewinsky e do fracasso da tentativa de impeachment.
A bem da verdade, como o principal democrata na comitê de Relações Exteriores, Biden está umbilicalmente ligado a três décadas de barbárie unipolar, como sofrido por iugoslavos, iraquianos, afegãos, somalis, líbios, sírios e muitos outros.
Como vice de Obama, foi um dos artífices do golpe CIA-nazis em Kiev em 2014, se locupletou arrumando um cargo de diretor de uma empresa de gás para o filho Hunter, e cuidando pessoalmente, como confessa em outro vídeo, dos acertos com os oligarcas ladrões. A investida contra o Donbass, que ajudou a patrocinar e na qual os neonazis tiveram o papel de tropa de assalto, aliás, treinados pela CIA, causou 14 mil mortos.