Seguem atrás da cenoura (+166,17%), tomate (+94,55%), pimentão (+80,44%), melão (+68,95%), melancia (+66,42%), repolho (+64,79%), café moído (+64,66%) e mamão (+54,95%)
Ter uma alimentação saudável e colocar frutas, legumes e verduras na mesa está para poucos no Brasil. A inflação de março, que foi a maior desde 1994 com avanço de 1,62% – atingindo 11,3% no acumulado dos últimos 12 meses, alavancada pela alta nos combustíveis autorizados por Bolsonaro, teve grande impacto nos produtos do campo, como legumes, frutas e verduras.
Dos mais de 400 itens acompanhados pelo IBGE, a cenoura é a que ficou mais cara no acumulado de 12 meses: alta de 166,17%.
Os sete produtos seguintes no ranking são todos da área de Alimentos e Bebidas, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA): tomate (94,55%), pimentão (80,44%), melão (68,95%), melancia (66,42%), repolho (64,79%), café moído (64,66%) e mamão (54,95%).
O aumento do diesel é apontado como um dos principais fatores que acaba refletindo na alta dos produtos dos alimentos, que já vinham em disparada desde a pandemia.
Entre outros produtos, destacamos também as altas nos últimos 12 meses dos Tubérculos, raízes e legumes (+55,90%), Mandioca (+36,12%), Laranja (34,21%) e Hortaliças e verduras (+33,29%).
Essa descabida variação no preço dos alimentos, que explodiu em março, fez com que o item Alimentos e Bebidas do IPCA variasse 2,4% no mês.
O item Transportes, sob a pressão direta do mega-aumento dos combustíveis, teve avanço de 3% apenas na passagem de fevereiro para março.
“Foi uma alta disseminada nos preços. Vários alimentos sofreram uma pressão inflacionária. Isso aconteceu por questões específicas de cada alimento, principalmente fatores climáticos, mas também está relacionado ao custo do frete. O aumento nos preços dos combustíveis acaba refletindo em outros produtos da economia, entre eles, os alimentos”, afirma o gerente do IPCA, Pedro Kislanov.
Apenas no mês passado, quando os custos do frete dispararam por conta do aumento de 18,75% da gasolina para os distribuidores, a cenoura registrou variação de preços de 45,65%; o repolho, de 29,68%; a abobrinha, de 28,46%; o tomate de 15,46%.
Enquanto as rendas não só não acompanham os preços, mas desabam, a vida dos brasileiros fica cada vez mais difícil. Responsabilizando o conflito na Ucrânia, o governo Bolsonaro, após três anos de carestia, continua lavando as mãos e deixando os brasileiros na miséria.