“Com a sua fé, o povo poderá vencer este obstáculo”, diz o “mito”, na Bahia, já que ele mesmo não sabe o que fazer com a inflação. Seu plano, na verdade, é passear de moto e não enfrentar inflação
Jair Bolsonaro nunca apresenta propostas concretas e sérias para resolver os problemas que a população está enfrentando. Quando fala alguma coisa é para jogar a culpa nos outros. A inflação nas alturas, a queda da renda e o desemprego de mais de 11 milhões de brasileiros não o incomodam. O que ele faz sempre é culpar todo mundo, o STF, a oposição, São Pedro, etc, pelos problemas.
Agora mesmo, tentou jogar a responsabilidade pela inflação, que já vem infernizando o Brasil desde o ano passado, na guerra da Ucrânia. “Sabemos que uma guerra a mais de 10 mil quilômetros de distância causa transtorno para todos nós no Brasil e para o mundo todo”, disse ele, na terça-feira (31), durante visita à “Bahia Farm Show”, em Luís Eduardo Magalhães, no interior da Bahia.
INFLAÇÃO ALTA É DE ANTES DA GUERRA
Muito antes da guerra da Ucrânia, o seu governo já havia acabado com os estoques reguladores de alimentos e dolarizado os grãos, a carne, a gasolina, o gás de cozinha e muitos outros produtos. Os preços de todos esses setores explodiram muito antes da guerra. A alta 46% da gasolina nos postos em 2021 também desmente a conversa fiada do “mito” de que a culpa de tudo é da guerra.
E não podemos esquecer que ele havia prometido na campanha que em seu governo a gasolina não passaria de R$ 3,00 o litro.
Agora, o preço da gasolina está em R$ 7,00 e ele diz que não tem nada com isso. É o “mundo” que é culpado. “O mundo todo vem sofrendo consequências, entre elas inflação, em especial dos alimentos e do combustíveis”, disse ele. E prosseguiu: “isso não é algo que acontece apenas no Brasil, mas a gente conta com a população, com a sua resiliência, com a sua fé e a sua força, para vencer este obstáculo”. Ou seja, mandou o povo ter fé já que ele não faz nada para baixar a inflação.
Mas, o fato é que Bolsonaro não está enganando mais tão facilmente o Brasil. A última pesquisa FSB/BTG, divulgada esta semana, mostra que 77% dos entrevistados acham que o governo lida com a inflação com “pouca eficiência” e que 95% da população está sentindo fortemente a alta dos preços.
NÃO GOVERNA, SÓ PASSEIA
Outra questão que já é observada por amplas camadas da população brasileira é que Bolsonaro não governa. Não se dedica a enfrentar os problemas. Só pensa em passear, se divertir e fazer politicagem. Tenta o tempo todo mudar o foco com assuntos sem importância para o povo, como perdão a criminosos, como a segurança das urnas e outras bobagens.
Como se nada disso bastasse, Bolsonaro ainda usa o seu cinismo para tentar esconder a realidade. “Cada vez mais estamos na normalidade, levando-se em conta obviamente a economia de antes e o pós a pandemia”, disse ele.
PENDURADO NO DINHEIRO PÚBLICO, BOLSONARO NÃO SENTE A INFLAÇAO
A “normalidade” para o “bon vivant”, que só usa dinheiro público, passeando de lancha, de moto, dando churrascos com picanha especial de R$ 1,7 mil o kg, alheio à disparada dos preços, é o Brasil ter um dos menores salários do mundo e uma das taxas de inflação mais altas do globo, chegando a mais de 12% nos últimos 12 meses.
Ele preenche todo o seu governo com serviçais dos bancos e multinacionais. Só tem negocista no governo Bolsonaro. O resultado é que os juros vão para as alturas e a indústria nacional está sendo destruída. Ela já foi 30% do PIB, agora é menos de 10%. Bolsonaro levou a taxa de juros para o topo do pódio. É a maior taxa do planeta. O resultado é a profunda estagnação econômica: são cerca de 100 milhões de pessoas em insegurança alimentar – que podem a qualquer momento ter fome – e 19 milhões de brasileiros literalmente passando fome.
Para ele, a “normalidade” é o país estar com 11,3 milhões de pessoas capazes e em idade de trabalhar, mas sem emprego. Como o próprio IBGE mostra em sua última pesquisa, a única coisa que cresce no país, além dos preços, são empregos precários e a fome. Os serviçais de plantão, então, apresentam as suas “soluções”. Vender o Brasil, entregar a Petrobrás para os estrangeiros, abrir mão da Eletrobrás, doar a Amazônia para um bilionário americano. Ou seja, para garantir seus negócios eles estão criando um verdadeiro butim. Estão esquartejando e vendendo o Brasil.
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