
A Unidos do Viradouro é a grande campeã do carnaval 2024 do Rio de Janeiro. A agremiação de Niterói venceu, nesta quarta-feira (14), o grupo especial. Esse é o terceiro título da agremiação que também foi campeã em 2020 e 1997. A escola também foi a vice-campeã de 2023.
A agremiação foi a última escola a desfilar na Sapucaí na segunda noite de desfiles do RJ, que aconteceu na segunda-feira (12). Com o enredo “Arroboboi, Dangbé”, a Viradouro apostou no culto ao vodum serpente como trunfo.
O desfile, assinado pelo carnavalesco Tarcísio Zanon, contou a história das sacerdotisas voduns, mulheres escolhidas e iniciadas em ritos de louvor à serpente sagrada.
O segundo lugar ficou para a Imperatriz Leopoldinense, que venceu no ano passado e a Grande Rio ficou com a terceira posição. A Porto da Pedra foi rebaixada para a Série Ouro.
Ainda nesta quarta a direção das escolas Grande Rio, Imperatriz Leopoldinense, Mocidade e Beija-Flor enviaram à Liesa um documento pedindo punição à Viradouro por uma possível irregularidade na sua Comissão de frente, durante o desfile.
No início da apuração, foi informado pelo presidente da Liesa, Jorge Perlingeiro, que a Liga aceitou os recursos, analisará os pedidos, e divulgará o resultado até esta quinta (15).
As escolas alegam que a rival tinha mais integrantes que o permitido na ala e o regulamento prevê perda de até 0,5 na pontuação da agremiação. Entretanto, mesmo que a escola leve a penalidade, não fará diferença, já que ela venceu com uma diferença de 0,7 em relação ao segundo lugar.
A agremiação do Barreto liderou a apuração de ponta a ponta e, nas notas válidas, gabaritou os quesitos. Terminou com 270 pontos, ou 100% de aproveitamento. A vice, a Imperatriz Leopoldinense ficou com 269,3.
Só houve 3 notas diferentes de 10, todas descartadas: 9,9 em alegorias, 9,9 em mestre-sala e porta-bandeira e 9,9 em enredo.
DESFILE
Os efeitos especiais foram destaque, a exemplo da cobra que rastejava entre os componentes na comissão de frente. Além disso, a bateria empolgou o público e os componentes, que cantaram muito o samba mesmo quando os primeiros raios de sol já iluminavam a Sapucaí.
O terceiro carro da agremiação, representando a proteção mística e lealdade, foi todo feito com ferro-velho do barracão.
A bateria do Mestre Ciça, que representou a Revolta dos Malês, incluiu o toque em atabaques em suas batidas. Erika Januza desfilou à frente dos ritmistas pelo terceiro ano consecutivo. A escola iniciou seu desfile ainda na madrugada, usando alegorias que brilhavam no escuro. A outra metade da apresentação foi realizada já com o dia amanhecendo.