
As cinco vítimas do ataque a uma creche em Saudades, no Oeste de Santa Catarina, foram sepultadas nesta quarta-feira (5). As três crianças estão sepultadas lado a lado no Cemitério Municipal da cidade.
Os corpos das duas professoras da creche também foram enterrados no cemitério.
Keli Adriane Aniecevski, de 30 anos, professora e dava aulas na unidade havia cerca de 10 anos; Mirla Renner, de 20 anos, agente educacional na escola; Sarah Luiza Mahle Sehn, de 1 ano e 7 meses; Murilo Massing, de 1 ano e 9 meses; Anna Bela Fernandes de Barros, de 1 ano e 8 meses tiveram um velório conjunto, no Parque de Exposições Theobaldo Hermes, onde foi feita uma celebração religiosa de corpo presente e por onde passaram mais de mil pessoas.
Uma quarta criança, de 1 ano e 8 meses também foi atacado. Ele passou por cirurgia e está em internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
As professoras da Escola Infantil trancaram as portas das salas de aulas para tentar proteger as crianças quando perceberam que a creche era alvo de um ataque. Segundo os depoimentos, as professoras esconderam uma parte das crianças no fraldário.
O homem teria forçado a porta das salas de aula, mas não conseguiu entrar porque as portas estavam trancadas. A ação rápida das professoras, para proteger as crianças, evitou que a tragédia em Saudades fosse ainda maior.
Segundo o delegado Jerônimo Marçal, a primeira a ser atacada foi a professora, que encontrou com o homem de 18 anos logo na entrada da escola. Ela teria então corrido para a sala onde estavam quatro crianças, todas menores de dois anos, que também foram atacadas.
Ele também atingiu uma agente de saúde que fazia um trabalho no local no momento do crime.
INVESTIGAÇÃO
A polícia ainda tenta decifrar o que motivou o ataque à creche. O perfil do homem que invadiu a unidade é definido como de uma pessoa quieta e solitária, pelo delegado que apura o caso.
Dispositivos eletrônicos apreendidos na casa do suspeito devem ser periciados nos próximos dias. O depoimento dele ainda não foi colhido, já que ele segue hospitalizado após ter provocado ferimentos no próprio corpo.
O jovem foi autuado em flagrante por cinco homicídios triplamente qualificados e uma tentativa de homicídio de uma criança. As qualificadoras dos crimes são: motivo torpe, utilização de recurso que impossibilitou a defesa das vítimas e a utilização de meio cruel.
Devido aos ferimentos, ele precisou ser submetido a cirurgia e segue internado no Hospital Regional do Oeste, em Chapecó.
O homem de 18 anos, armado com dois facões, entrou por volta das 10h de terça-feira (5) na unidade escolar e atacou pelo menos seis pessoas. Cinco delas morreram, sendo três crianças menores de dois anos. Segundo o Corpo de Bombeiros de Saudades, após cometer o crime, ele teria exclamado: “eu matei cinco”.
“Ele queria saber, perguntou várias vezes pras pessoas que estavam ali ao redor dele, quantas pessoas ele tinha matado”, confirmou o delegado Jerônimo Marçal Ferreira.
Testemunhas contaram ao investigador que o jovem não teria dito nada enquanto golpeava as vítimas. “Não gritou nada, ficou quieto o tempo todo enquanto praticava a ação”, disse Ferreira.
Ainda na terça-feira, a polícia foi até a casa do jovem e conversou com familiares. Quieto, sem amigos e com dificuldades em se relacionar. Esse foi o perfil traçado pela polícia a partir da conversa com o pai, mãe e irmã do homem.
De acordo com o delegado Jerônimo Ferreira, nesta quarta a polícia espera conseguir a autorização da Justiça para começar a analisar o computador encontrado na casa do homem.
Entre os depoimentos, o delegado pretende ouvir o autor nos próximos dias. O homem está internado no Hospital Regional do Oeste, em Chapecó, com quadro clínico considerado estável. Segundo o último boletim médico, ele está sedado e se recupera da cirurgia.
Ninguém da família do homem de 18 anos suspeitava que ele planejava crime. Autor não era conhecido pela polícia e não tinha antecedentes criminais, informou o delegado.
“Pais e irmã disseram que ele era mais quietão, não saía com ninguém, não tinha celular. Tinha se afastado dos poucos amigos”, relatou o delegado