Prometido como maior “legado da Copa de 2014” para o Mato Grosso, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) ainda não foi concluído. Agora, a Prefeitura da capital, Cuiabá, resolveu cobrir as obras inacabadas com um projeto de paisagismo sobre os trilhos.
A obra, iniciada em 2012, tinha como previsão de entrega a Copa do Mundo no Brasil, no ano de 2014. Agora, em 2018 e passada a Copa do Mundo da Rússia, ela é mais uma dos legados que não foram deixados para a população.
O “embelezamento” das vias mascara a malha de trilhos paralisada. Dos 22 quilômetros de trilhos prometidos, apenas 6 tiveram as obras realizadas. A administração municipal afirmou que o paisagismo não será definitivo e que há intenção em retomar as obras assim que possível. Ainda não existe licitação para a conclusão da obra.
O contrato para a obra do VLT foi firmado em 2012, ainda no governo Dilma, com orçamento total de R$ 1,477 bilhão, com previsão de entrega no começo de 2014, antes do início da Copa. No entanto, mesmo consumindo R$ 1,066 bilhão dos cofres públicos, se encontra parada desde o final de 2014.
O contrato foi rescindido em 2017 pelo governo, em decorrência da Operação Descarrilho, onde a Policia Federal apontou irregularidades nas obras. A investigação apurou os crimes de fraude a procedimento licitatório, associação criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de capitais.
Uma nova licitação será lançada para a retomada das obras, segundo o governo do Mato Grosso. Enquanto isso, no centro de controle operacional, os 42 vagões de VLTs comprados encontram-se parados e vão se deteriorando cada vez mais. Atualmente são gastos mensalmente R$ 16 milhões em manutenção dos vagões.
LEGADO
A Copa do Mundo, realizada no Brasil em 2014, os governos petistas de Lula e Dilma deram isenção fiscal às obras que fossem realizadas nas cidades que receberiam os jogos. Mesmo após o final da Copa e passados quatro anos, oito cidades ainda encontram-se com obras inacabadas.
Além de Cuiabá com o VLT, Fortaleza também possui atraso nas obras do seu VLT.
Brasília e Recife alteraram o projeto inicial, substituindo o VLT por corredores de ônibus (BRT). No entanto, as obras ainda não foram concluídas.
As cidades de Belo Horizonte, Natal, Porto Alegre e São Paulo também não entregaram as obras no prazo, sejam em monotrilho, BRT, complexos viários e infra-estrutura no geral, sem algum retorno de previsão, realização ou conclusão.