
A Volkswagen deverá pagar cerca de 830 milhões de euros (US$ 921,3 milhões) como compensação para 260 mil clientes alemães que foram afetados por uma alteração fraudulenta nos motores a diesel de carros produzidos pela empresa no escândalo conhecido como Dieselgate. O golpe da montadora atingiu 400 mil clientes alemães.
A Volkswagen instalou deliberadamente, sem o conhecimento dos seus clientes, um dispositivo que fazia o veículo parecer menos poluente do que realmente era. O programa identificava quando o veículo estava em teste e “reduzia” as emissões do motor.
Em setembro de 2015 ficou conhecido que a Volkswagen tinha usado um software em 11 milhões de veículos em todo o mundo, o que permitiu enganar testes de emissão de poluentes. Deles, 2,4 milhões foram vendidos na Alemanha, o resto em muitos países onde a marca é comercializada. O acordo fechado não abrange clientes do exterior.
A ação coletiva organizada pela Federação das Organizações de Consumidores Alemães (VZBV) e o maior clube automobilístico do país, o ADAC, é a primeira enfrentada pela montadora em seu país-sede, e é ainda a primeira ação coletiva do gênero na história da Alemanha.
Entre esses 400 mil clientes, segundo a Federação, cerca de 260 mil são elegíveis ao acordo e receberão uma oferta da VW.
As pessoas que compraram carros após o 31 de dezembro de 2015 – ou seja, poucos meses depois que o escândalo ficou público – e os que não residiam na Alemanha no momento da aquisição não receberão uma oferta de compensação. Na Alemanha, a Volkswagen terá que assumir os custos totais do acordo e dos advogados que representaram os consumidores.
Klaus Müller, membro do conselho do VZBV, que entrou com ação coletiva contra a VW em setembro de 2019, disse que “pleiteamos mais, contudo, no contexto de negociações difíceis, o resultado é o máximo alcançável”.
Os valores a serem desembolsados pela companhia, variando de acordo com o modelo e o ano de fabricação de cada veículo, irão de 1.350 euros (R$ 6,8 mil) e 6.257 mil euros (R$ 31,9 mil) por pessoa. Os clientes podem optar por aceitar o montante sugerido ou seguir na Justiça com ações individuais.
O então CEO da Volkswagen, Martin Winterkorn, apresentou sua demissão dias depois do estouro da fraude, embora ele tenha mantido outras posições no Grupo Volkswagen.