Setor repetiu o resultado negativo de novembro (-1,4%), acumulando nos dois últimos meses de 2024 perdas de -1,9%
O volume de serviços prestados no Brasil recuou -0,5% em dezembro sobre o resultado de novembro, na série com ajuste sazonal, segundo divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (12). O setor repetiu o resultado negativo de novembro (-1,4%), acumulando nos dois últimos meses de 2024 perdas de -1,9%.
Esse declínio acontece numa conjuntura onde outros indicadores apresentam sinais de desaceleração das atividades econômicas no final de 2024, reconhecida por economistas e líderes empresarias, com projeções, inclusive, de possível recessão da economia no segundo semestre deste ano.
Fator chave nesse contexto está o encarecimento do crédito deliberadamente determinado pelo Banco Central (BC), ao colocar a taxa Selic, taxa básica da economia, em 13,25% ao ano, em janeiro último, a maior taxa de juros reais do mundo.
Tanto a Confederação Nacional da Indústria (CNI), como o IBGE, por exemplo, já registraram recuos nas atividades industriais no final de 2024. A produção industrial brasileira nos últimos três meses do ano passado, em dezembro recuou -0,3%; em novembro -0,7% e outubro -0,2%. O faturamento real da indústria caiu -1,3% em dezembro frente a novembro.
Nas comparações interanuais o volume de serviço apresenta resultados positivos, acompanhando o melhor andamento da economia durante 2024. No confronto com dezembro de 2023, sem ajuste sazonal, o volume de serviços apresentou alta de 2,4%. No indicador acumulado nos últimos 12 meses os serviços cresceram 3,1%.
Entre os segmentos que tiveram mais influência na determinação dos -0,5 de variação em dezembro estão os serviços técnicos profissionais com -5,1%; outros serviços -4,2%; serviços áudio visuais -3,6% e transporte terrestre; -2,4%.
Regionalmente, frente a novembro, 17 das 27 unidades da federação assinalaram retração no volume de serviços em dezembro de 2024. Entre os locais que apontaram taxas negativas nesse mês, os impactos mais importantes vieram de São Paulo (-0,7%), Santa Catarina (-5,2%) e Mato Grosso (-11,8%), seguidos por Bahia (-2,6%) e Rio Grande do Sul (-1,5%).