
“Os problemas de Jair Bolsonaro não são nem devem ser tratados como prioridade do Brasil”, declara a ministra das Relações Institucionais
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que a tentativa bolsonarista de anistiar golpistas enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) realiza os julgamentos é uma “afronta ao Judiciário” e que “os problemas de Jair Bolsonaro” não são problemas do Brasil.
“Votar uma proposta de anistia prévia, no momento em que os réus estão sendo julgados pelo STF, seria uma afronta ao Judiciário”, declarou a ministra.
Para ela, “os problemas de Jair Bolsonaro não são nem devem ser tratados como prioridade do Brasil”. “Há pautas de fato relevantes, como a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, a PEC da Segurança e outros que vão entrar na agenda da Câmara e que dizem respeito à população e são prioridades reais”, completou.
Nesta terça-feira (1), o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ) e outras lideranças bolsonaristas vão se reunir com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para discutir o assunto
Motta já ofereceu aos bolsonaristas a criação de uma comissão especial para discutir o projeto de anistia, mas eles recusaram. O grupo quer que o projeto tramite em regime de urgência, ou seja, sem passar em qualquer comissão, mas Hugo Motta avalia que isso pode criar uma crise com o Supremo.
O texto defendido por eles anistia todos os condenados pelos fatos relacionados à tentativa de golpe de 8 de janeiro. Dessa forma, o grupo pretende liberar Jair Bolsonaro das punições que pode receber em uma condenação no STF. A denúncia contra ele já foi aceita e agora Bolsonaro é réu.
De acordo com Igor Gadelha, do site Metrópoles, o próprio Jair Bolsonaro deve buscar o presidente da Câmara para pedir a anistia. Sóstenes Cavalcante pretende apresentar o pedido de urgência na quinta-feira (3).
Caso Hugo Motta não paute a anistia, o PL ameaça não participar das sessões e obstruir as votações, tornando mais difícil o trabalho na Câmara.