Em voto na Assembleia Geral Extraordinária do Conselho de Administração da Petrobrás, realizada em 15 de dezembro, a Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet) denunciou a política de desmonte da empresa promovida por Temer/Parente, com graves prejuízos ao país.
Além de Carcará, a Petrobrás vendeu fatias nos campos de Iara e Lapa, também no pré-sal, em “alegado acordo de parceria com a francesa Total” por US$ 2,2 bilhões.
Da lista de venda de ativos, constam a Liquigás, empalmada pela Ultrapar, e a Gaspetro, vendida para a japonesa Mitsui, citada na Lava Jato, e a Companhia Petroquímica de Pernambuco.
Na sexta-feira (15), Parente privatizou 28,75% da BR Distribuidora, conhecida como “joia da Coroa, grande geradora de alto fluxo de caixa e única distribuidora que leva combustíveis aos recantos mais afastados do País como Amazonas, Roraima e outros”.
A Nova Transportadora do Sudeste (NTS), subsidiária da Petrobrás – com uma malha de gasodutos localizados nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, perfazendo um total de 2.727 km de extensão de dutos -, foi vendida para a empresa estrangeira Brookfield pelo valor de US$ 5,08 bilhões, que passará a dominar um monopólio natural e alugá-lo para a Petrobrás pelo preço que quiser. No entanto, a entrada líquida de caixa para a Petrobrás foi de apenas US$ 2,49 bilhões.
“Todas essas vendas ocorrem sem licitação. Como as entidades de petroleiros vinham ganhando ações contra essas vendas, alegando falta de licitação, o Governo Temer emitiu o Decreto nº 9.188, de 1º de novembro de 2017, em pleno feriadão para validar a venda de ativos estatais sem licitação”, destacou a Aepet em seu voto assinado por Fernando Siqueira, vice-presidente da entidade.
De acordo com a Aepet, “a Petrobrás implementou nova política de preços dos combustíveis baseada na paridade internacional, desde outubro de 2016, onde foram adotados preços mais altos, que viabilizaram a importação por seus concorrentes. A estatal perdeu mercado e a ociosidade de suas refinarias chegou a um quarto da capacidade instalada”. “Erros na política de preços do passado não justificam os atuais”.
Para a Aepet, quem ganha com a nova política de preços da Petrobrás “são os refinadores norte-americanos, os ‘traders’ internacionais, os importadores de capital privado e as distribuidoras privadas. Perde a Petrobrás com a ociosidade de suas refinarias e a entrega da sua participação no mercado brasileiro de combustíveis. Perde a maioria dos brasileiros que consome, direta e indiretamente, os combustíveis com preços majorados”.